Pelo menos 16.000 pessoas morrem anualmente em Angola vítimas do VIH/Sida e o país, que tem cerca de 340.000 seropositivos, está a registar diariamente cerca de 20 novas infeções, sobretudo entre jovens, anunciou hoje uma organização não-governamental angolana.
A situação atual do VIH/Sida em Angola foi apresentada pela Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida e Grandes Endemias (Anaso), organização não-governamental, considerando que o quadro é alarmante, particularmente no seio dos jovens.
Segundo a Anaso, Angola tem uma taxa de prevalência de 2% e o VIH/Sida no país continua a ter o rosto feminino, com cerca de 190.000 mulheres a viver com a doença, 44.256 jovens entre os 14 e 24 anos e cerca de 39.000 crianças dos zero aos 14 anos vivem igualmente com o vírus.
A organização estima igualmente que Angola regista 22.000 novas infeções por ano e que conta com 264.365 órfãos em consequência da doença.
António Coelho, presidente da Anaso, deu a conhecer, na ocasião, que Luanda, capital angolana, representa 40% dos casos de VIH/Sida no país e que o município de Viana, um dos nove de Luanda, é o mais afetado do país.
Cunene, Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul estão também entre as províncias angolanas com maior índice de seroprevalência.
Os dados foram apresentados esta quarta-feira durante o encontro mensal desta organização sobre as jornadas alusivas do Dia Mundial da Sida 2022, que decorre entre 15 de novembro e 15 de dezembro de 2022 em todo o país.
Francisco Simões, membro do corpo diretivo da Anaso, que apresentou o quadro geral da epidemia em Angola falou também em constrangimentos nas ações de prevenção e combate ao VIH/Sida no país.
A fraca sustentabilidade da resposta comunitária, deficiente recolha e tratamento dos dados, limitado financiamento comunitário, alto índice e estigma e discriminação, fraca coordenação entre os parceiros e a ausência de política nacional sobre saúde comunitária foram apontados como os atuais constrangimentos.