É inconcebível, a meu ver, um actor consagrado na mesma fileira com um principiante desprovido de experiência e ainda com o agravante do desconforto (poeira e temperatura) que todos bem sabemos, com objectivo de fazer casting e como se não bastasse, corre o risco de reprovar, não tem lugar aqui humildade e sim injustiça.
Infelizmente em Angola esse instrumento seletivo tem, gradativamente, sido mal interpretado pelos produtores, sobretudo cinematográficos.
Ora, entre nós é espezinhadora e vexante a forma como os renomados produtores e realizadores de novelas e filmes explicitamente tratam os actores no que toca aos CASTINGS, alegando por exemplo: “os actores angolanos não gostam de fazer casting” e reforçam “nas grandes produtoras a nível mundial os actores são submetidos a casting” logo aí está o cume da barafunda porque, nas grandes produtoras em outras paragens, os actores são convidados por preferência dos novelistas e ou realizadores/directores para formarem o elenco, o CASTING nesse contexto é feito para se identificar os papéis que melhor se encaixam com uns e não outros e vice e versa, pois aqui todos participam da teia não há um processo eliminatório como se constatam entre nós.
Há que dignificar o nobre trabalho dos outros para superar cada vez a motivação.