O ar de duro, o charme natural e uma voz profunda inconfundível têm-no ajudado a dar espessura a cowboys, um corretor de bolsa e até um Presidente. À Máxima confessou recentemente em Cannes que a sua paixão é mesmo a escrita. Espanto? Talvez. Mas o talento de realizador também lhe corre nas veias. O fiel marido de Diane Lane equaciona até dirigir a sua mulher. Mas contracenar com ela? Isso nem pensar.
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No filme Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos interpreta um escritor sem inspiração. Sentiu-se de alguma maneira próximo deste homem?
Sem dúvida. Eu sempre quis ser escritor.
A sério?
Sim. Mesmo antes de querer ser actor. Eu sempre escrevi. A minha mãe lia os poemas que escrevia quando tinha oito ou nove anos e ficava baralhada porque não percebia nada. Era muito do estilo do Woody Allen (risos). Neste momento, acho que ainda estou a trabalhar a minha estrutura e diálogos. No fundo a tentar perceber o meu estilo.
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Sente que a sua inspiração e o estilo melhoram com o contacto com outros realizadores?
Sem dúvida. Claro que sim. É que não gosto de aparecer e esperar que me digam o que tenho de fazer. Gosto de me envolver. O mesmo se passou com o Woody.
Trabalhou também recentemente com o Oliver Stone (W e Wall Street 2). Acha que é uma personalidade oposta à do Woody?
O oposto não é, mas o Woody estava suficientemente satisfeito com a minha prestação para me deixar à vontade – apesar de eu não concordar. Já com o Oliver somos bastante parecidos, pois ambos gostamos de desconstruir as coisas e fazer todas as modificações. Já a minha prestação não gostei tanto.
Com Oliver Stone ou Woody Allen?
Em ambos. Normalmente não gosto de me ver no ecrã.
É sempre assim?
Nem sempre. Com os irmãos Coen gosto sempre muito, porque as personagens não se parecem com nada. São completamente bizarras e têm um ritmo doido. O que gostei de trabalhar com o Oliver, tanto em W como em Wall Street, é que as personagens não têm nada a ver comigo.
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Como foi a sua experiência com os Coen em Indomável?
Foi um filme em que fui muito longe com a minha personagem. Vamos ver se funciona ou não. É muito interessante. Retira a natureza primitiva deste tipo e leva-a até à Lua. Literalmente. Só vendo mesmo. É um idiota total. Adorei.
Na verdade, com os Coen as suas personagem têm sempre um ar de duro. O Josh considera-se também um duro?
Duro eu? Não… eu sou capaz de me emocionar com pouco e até chorar. Acho que sou até mais o oposto. Não sei, se calhar até sou. Ainda sou capaz de entrar em lutas. Isso é ser duro? Muitos tipos que conheço são considerado duros, mas na realidade não são. São talvez mais solitários. É como eu, gosto de estar com o meu gado…
Também é assim em casa? Aí é a sua mulher que manda?
Mas, claro, com certeza que sim. Especialmente a minha mulher. É por isso que eu digo que tenho um óptimo casamento, pois eu gosto disso. Eu apenas finjo que mando, mas é ela quem manda.
E o que é que faz então?
Eu? Finjo que mando… Veja, a nossa família é muito pouco complicada, pois todos nos damos bem com os nossos ex. Todos trabalhamos muito. Eu trabalhei nove meses seguidos e, depois, quando cheguei a casa foi a vez dela sair. E temos ainda as crianças para tratar. Tenho muito para fazer, mas gosto do que faço.
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A Diane está cá em Cannes consigo?
Foi-se embora há uma hora atrás. Mas esteve ontem à noite comigo. Foi óptimo estarmos juntos. E estava muito sexy. Foi óptimo ser a minha miúda. Ela mostrou-me que gostou ,e eu gostei de saber isso.
Poderemos alguma vez ver um filme com o Josh Brolin e a Diane Lane?
Olhe, acho que posso praticamente garantir, mesmo sem saber o futuro, que nunca iremos trabalhar juntos.
Porquê?
Acho que seria estranho. No entanto, ela disse que gostava que eu a dirigisse. Isso já gostei. Como realizador não me importaria, mas como actor sentir-me-ia estranho, não sei porquê.
Já percebi, no cinema você dirigia-a, enquanto que na vida real é ela quem o dirige…
(risos) É isso mesmo… É uma boa maneira de ver, sim senhor.