Por: Stella Cortêz
De regresso à capital luandense, cidadãos angolanos e estrangeiros residentes em território nacional, que na passada quinta-feira, 16, desembarcaram no voo humanitário da companhia aérea TAAG, proveniente do Brasil, contam, em denúncia anônima, os dilemas que têm enfrentado depois de terem pisado em solo angolano.
Triste com toda a situação, uma cidadã de nacionalidade brasileira, que prefere não ser identificada, contou, em declarações ao PLATINALINE, os dissabores que tem vivido na quarentena institucional e principalmente as dificuldades em cuidar da higienização, pois tem o seus pertences retidos.
“As pessoas que regressaram não foram e nem saíram daqui para ir ao Brasil brincar, todos voltaram em situação complicada. Ao chegar aqui, a pessoa não consegue retirar a mala porque disseram que as malas estão de quarentena, paga uma fortuna para o hotel, e a comida é péssima, ou seja, a pessoa fica de quarentena e a mala também. Faz sentido isso?!”, desabafou.
Não obstante ter os seus pertences confiscados, a jovem lamenta o facto de lhe ser retirado o passaporte, preocupação que, a seu ver, tornar-se ainda maior, por este ser o único documento de identificação de um cidadão de nacionalidade estrangeira válido.
“O passaporte só é retido se a pessoa estiver envolvida em algum problema com o serviço de migração, mas agora esta é uma situação totalmente contraditória. Que eles sigam o protocolo que criaram, mas dêem suporte a essas pessoas, não adianta aglomerar e criar situações mais difíceis, diante do que todos estão a passar. O serviço e a comida do hotel são péssimos.” Disse.
Todavia, no âmbito das medidas de controlo e fiscalização das bagagens dos passageiros que regressaram no voo humanitário de São Paulo/Rio de Janeiro, com destino à Luanda, a Administração Geral Tributária “AGT” informou, em nota, que as bagagens serão entregues depois do cumprimento das formalidades e procedimentos aduaneiros.
O documento destaca, ainda, que para a recepção das bagagens, os passageiros devem dirigir-se ao terminal “Teca 2”, após o término da quarentena institucional ou domiciliar e deverão fazer-se acompanhar dos documentos probatórios emitidos pelas instituições competentes.
Cientes de que alguns passageiros poderão ter em suas bagagens medicamentos com receita e demais artigos não passíveis de tributação, a AGT sublinha que os mesmos podem solicitar o levantamento, porém, para o efeito, devem fazê-lo por escrito por conta de outrem.