Mais de 100 estudantes que tentam ingressar para o ensino superior são detectados, anualmente, com certificados falsos na Universidade Jean Piaget de Angola (Unipiaget), revelou hoje, sábado, em Luanda, o reitor da instituição do ensino privado, Pedro Domingos Peterson.

Em entrevista  à Agencia de Noticias de Angola  , esse número significa que o mercado negro que vende certificados falsos no país é muito desenvolvido.

“O conflito armado criou condições para a vida fácil, muitos alunos chegam às universidades com diplomas falsos, certificados falsos, e algumas direcções conseguem apanhar esses estudantes, mas com certeza outros não são apanhados”, reconheceu.

Na mesma senda, disse que hoje as tecnologias de informação com muita facilidade imitam não só assinaturas mas também a qualidade do papel e carimbo, e, por isso, muitas empresas recebem supostos quadros sem a formação correspondente.

“A nossa avaliação limita-se a dizer recebi um diplomado que não sabe fazer nada, quando está comprovado mesmo a nível internacional que o diploma não significa competência”, sublinhou.

Para se colmatar esse problema, Pedro Peterson aponta a criação de qualidade a nível do ensino primário e secundário, a formação de bons professores e de mecanismos para se evitar a tendência à vida fácil.

De acordo com a fonte, a exemplo da década de 70, deve-se apostar em exames nacionais para os alunos do ensino secundário dos diferentes cursos e técnico-profissional, com vista a criar uma certa regulação.

“Devíamos ter também um carimbo nacional e publicar no jornal a lista dos alunos com diplomas, todos os anos”, enfatizou.

Ao longo da sua existência, a Unipiaget de Angola formou já mil 758 estudantes nas áreas das ciências sociais, humanas, tecnologias, economia, dentre outras.