Por vezes não nos apercebemos que de facto a nossa situação não é assim tão difícil… basta olharmos para outras situações…”
Difícil é querer trabalho e ninguém o empregar, difícil é ter deficiências físicas e ou mentais, difícil é passar fome, difícil é viver na rua, difícil é ser discriminado… e afinal do que reclamamos nós? Quando digo nós, digo aqueles que não têm qualquer um desses problemas, são perfeitamente saudáveis, têm capacidade de ir mais além, conseguem desfrutar daquilo que vão alcançando, são amados, têm dois braços, duas pernas e cabeça para trabalhar… o ser humano é de facto complexo e chega a ser complicado, porque mesmo quando tem tanto, comparativamente àqueles que têm tão pouco, ele quer-se comparar com aqueles que têm ainda mais e dessa forma nunca está satisfeito, quer mais e mais e mais…
Por outro lado, é elementar o desejo de alcançar mais, porque respeita o princípio da pirâmide das necessidades. Reparem, um ser vivo normal, um animal chamado de irracional procura alimentar-se, faz as necessidades básicas fisiológicas, reproduz-se e assim vai vivendo a sua vida até completar a sua passagem no mundo dos vivos, não ambiciona mais nada para além da sua luta diária pela sobrevivência… mas o ser humano… uma vez satisfazendo o básico quer subir sempre mais um degrau e dois e três e quatro… até se sentir satisfeito, mas a satisfação completa não é alcançada, porque mais degraus aparecem aquando da subida do último, ele próprio idealiza a construção de um novo degrau quando atinge o anterior, um ser insatisfeito por natureza e que muitas vezes procura as próprias dificuldades ou dificulta a sua própria caminhada e depois reclama…
Temos que olhar para as nossas dificuldades como mínimas e passageiras e tentar não dramatizar as situações, porque no fundo por mais difícil que seja pode nem ser comparável à verdadeira dificuldade…