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    Dog Murras Angolano retorna ao Music hall nacional com “Angolanitude” um “The Best Of

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    murraa3.jpgDog Murras vai lançar o seu sexto álbum em Novembro. Detentor de vários prémios nacionais e internacionais, tem dois ‘discos de ouro’ e um de ‘prata’. Polémico e frontal, Dog Murras não esconde a insatisfação com o estado actual da cultura e entende que a juventude anda a perder valores. acompanhe a entrevista  
     

     Após um hiato de aproximadamente 10 anos parado, Dog Murras Angolano retorna ao Musichall nacional com “Angolanitude” um “The Best Of”. Qual a estratégia por trás disso?

     

    O meu novo trabalho discográfico é um “Best Of”, uma compilação das minhas melhores músicas. Qualquer artista que tenha vinte anos de carreira tem a obrigação de compilar o melhor de tudo o que produziu, e oferecer aos seus fãs fiéis uma compilação devidamente remasterizada.No meu caso particular, fiz uma verdadeira viagem ao tempo, e divido isso com todos aqueles que até hoje me encorajam, e sobretudo apresentar-me para a nova geração de Angolanos. Estou feliz comigo mesmo por ter trabalhado sempre com uma visão multifocal e futurista porque hoje ofereço um CD com músicas antigas  mas com mensagens  actuais.  

     

     Nestes vários anos em que Dog Murras ficou parado, criaram-se muitas especulações negativas em torno da sua figura. O que tem a dizer sobre isso?

     

    Ao meu entender, eu vejo as coisas no seguinte prisma: Sempre fui uma figura bastante actuante, presente, atento aos problemas da nossa terra e do nosso povo,  e de repente calei a boca. Porquê? Os palcos em Angola transformaram-se em autênticos ringues. Entraram em cena muitos paraquedistas que percebem muito pouco sobre espectáculos, sobre eventos, e pior ainda, não sabem nada sobre cultura. Aí começou o processo acelerado de desvalorização do nosso produto cultural bem como do artista nacional. Não compactuando com isso, criei as bases necessárias para a minha sobrevivência fora dos palcos e sai de cena. Tão simples quanto isso.

     

    Olhando para trás, qual é a apreciação que faz hoje? Valeram a pena estes 10 anos de ausência? 

     

    Claro que sim, porque Para mim foram 10 anos de profundo aprendizado em todas as direcções. Perdi o remo muitas vezes, mas nunca o rumo. Foram 10 anos que me permitiram solidificar as bases para o meu futuro, e para o futuro daqueles que gerei. Foram 10 anos que me permitiram ampliar o meu networking Internacional. Mas, o maior aprendizado que tive, foi o de poder ver o meu País de fora para dentro e entender que  não  devemos comparar nada com nada. Cada país, assim como cada indivíduo tem a sua história, os seus hábitos e costumes, e deve ser respeitado tendo em conta esta realidade.

     

     Como olha para o Music hall nacional hoje? Percebe alguma evolução?

    Percebo alguma evolução em alguns artistas, que melhoraram as suas composições, melhoraram as suas prestações públicas e a qualidade da sua música, mas é perceptivel ainda o descaso, o destrato, o desrespeito para com a classe. Quer dizer, estamos com carros mais novos e mais lindos mas continuamos a conduzir nas mesmas estradas esburacadas.

     

    O que acha que falta para melhorar este quadro?

    É simples mano; Os sapateiros têm que cuidar de sapatos, os pedreiros das obras, os marceneiros da mobília. Promotores culturais devem ser pessoas ligadas ao ramo. Pessoas com sensibilidade, com acuidade e com um senso de responsabilidade acima da média.

     

     Dog Murras. 38 anos de idade, Músico, Empresário e Activista social. Como é possível conciliar tudo isso?

     

    Primeiro força de vontade. Esta é a força que tem mais poder que a bomba atómica. Depois tem outros factores que exige mais esforço de mim mesmo, com adição de Disciplina, Foco Determinação e Fé. O resto (Ser bem sucedido) é somente consequência.

     

    Angola é a sua maior fonte de inspiração?

     

    Angola é minha Pátria, minha Mãe, minha casa. Angola É minha fonte de inspiração e de preocupação. Sinto cada vez mais a necessidade de contribuir para a melhoria do nosso “Modus Vivendis”. Temos problemas crónicos que vão se agudizando dia após dia, e que vão atrasando cada vez mais os nossos passos rumo a uma Nação de verdade. A crise nos Angolanos é algo crónico, pois estamos carentes de uma visão real do muito que falta fazermos para estabilizar o nosso país. Precisamos de reorganizar a nossa casa.

     

    Na sua percepção, o que falta fazermos para reorganizar a nossa casa?

    Primeiro, Apostar na Educação, Saúde, Emprego, Cultura e Desporto. Depois terminar esta relação de amor e Ódio que vem crescendo entre nós e apostar no Angolano, que venha de onde vier de qualquer canto deste pais. O Angolano não deve ser julgado pela sua localidade, pela sua  aparência ou posição social. Chegou a hora de pensarmos Angola no coletivo e apostarmos na capacidade individual produtiva de cada cidadão  para acabar com a miséria.

     

    Fale-nos resumidamente sobre os 40 anos da indepedência de Angola.

     

    40 anos não são 40 horas, nem 40 dias, muito menos 40 meses. Em meu ponto de vista 40 anos de independência devem nos dar a oportunidade de fazermos uma reflexão coletiva, onde todas as partes terão que oferecer alternativas e por sua vez os nossos governantes terão  a oportunidade de rever a sua política ao longo destes anos. Sabemos todos que um país com formação limitada não consegue seguir adiante, porque uma balança necessita de equilíbrio. Sem desmerecer a nossa história, e todo o esforço que foi feito para chegarmos até aqui,  eu continuo preocupado com a dignidade do povo Angolano, a educação, o trabalho, a segurança, quero dizer, o bem estar coletivo. Está a faltar diálogo entre nós. Precisamos nos ouvir, para não estarmos a confundir o nosso valor percebido (Aquilo que aparentamos ser) com o nosso valor real (Aquilo que somos realmente).

    murras45.jpg

     

     Esta é a mensagem que podemos retirar nas entrelinhas da sua música?

     

    A minha música é nítida, e eu escolho por opção, uma linguagem urbana, simples clara e aberta para não ficar nada nas entrelinhas. Passamos um  momento de crise interna e externa, os nossos problemas são frutos de situações não solucionadas através do tempo. Como músico e activista social venho com o meu trabalho tentar despertar o sentimento que nos encaminhará para uma Angola unida e próspera que beneficiará a todos. O meu discurso traz um desafio e incentivo para a mudança do pensamento colectivo. Estou a gritar bem alto para mostrar que nós somos nós e é bom sermos nós, é bom termos a nossa identidade, assim como qualquer outro país do mundo tem a sua. Não existem culturas superiors ou inferiors. E saiba que quanto mais tardar para encontrarmos o caminho da nossa identidade, pior fica o povo, pior fica a nossa convivência social, pior fica a nossa balança emocional, pior fica a nossa economia. Ou melhor, pior ficamos todos.

     

     

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