O cantor canadense Drake deu uma extensa entrevista ao programa de rádio OVO Sound que, apesar de ter sido publicada neste sábado (18/02), foi gravada logo após o Grammy, na última segunda-feira (13/02). Na entrevista, o cantor falou sobre racismo e aproveitou para criticar a premiação.
Filho de pai negro e mãe branca, Drake se diz grato por ter nascido no Canadá, especificamente em Toronto, um “mosaico cultural”. “Sempre tive amigos de origens diferentes e sempre nos demos bem. Nunca reparei em cor, religião, não é a forma que vivemos”. Segundo Drake, ele só sentiu racismo quando começou a ficar famoso e foi para os Estados Unidos, onde questionavam seu talento e sua capacidade de entender as dificuldades de vida de um negro americano simplesmente por ser canadense.
Ele foi premiado duas vezes no Grammy deste ano por “Hotline Bling”, nas categorias Melhor Música Rap e Melhor Performance Rap, se sentiu estranho por isso e nem pretende receber os prêmios. “Na premiação, estou nas categorias negras, apesar de ‘Hotline Bling’ não ser rap. Só me indicam nestas categorias, talvez porque já fiz rap no passado ou porque sou negro, não consigo entender”, desabafou o cantor.
O canadense afirmou não entender por que “One Dance” não foi indicada, apesar do sucesso da música. “Foi uma das maiores músicas do ano e tenho orgulho de ter feito pop. Amo o mundo rap e a comunidade, mas quero escrever faixas pop porque quero ser como os artistas que cresci admirando e não levo crédito por isso”, revelou Drake.
O cantor não compareceu à festa porque está em turnê pela Europa, mas confessou que foi chamado para ir ao evento. “Eles tentaram me convencer a cancelar duas datas da turnê para aparecer no Grammy e perder porque eles nem mostram na TV as categorias de rap. Então eu teria deixado 30 mil pessoas na mão só para aparecer na premiação e subir a audiência para eles”.