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    Entrevista exclusiva com Raiva

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    Cláudio Van-Dúnem “Raiva” de 23 anos de idade, começou a sua trajectória, em 2001, produziu para artistas influentes e com nome no mercado, como Negro Bué, Big Nelo, Papetchulo, Mc K,Spike Z, Filhos Da Arte,realismo Psiquico e outros artistas não muito conhecidos.
    Em 2007 lançou o seu primeiro de originais “kamikaze” onde produziu a maioria das músicas. Atualmente  trabalha na produção do disco dosWonderfull one e no seu novo cd.
    Raiva diz que a cada dia que passa aprende coisas novas, sua fonte de inspiração são os produtores americanos como Scott Stortch, Just Blaze, Kanye West, Timbaland, Drumma Boy, Ryan Leslie, Trick Stweart, The Runners, Justice League, The Incredibles, Danja Handz, Micheal cox, Dark Child, Cool and Dre, Play n’Skillz, Jonathan “JR” Rotem, Swizz Beats, 9th Wonder, Black Milk, J Dilla,The Neptunes, Pete Rock, Trackmasters, Hi-Tek , Focus, Teddy Riley, Polow the Don, Jim Josin, StreetRunner. Além de Hip hop gosta de estilos como soul R&B e Reggae.
    Numa entrevista polémica ele esclarece tudo sobre plágios e sobre alguns problemas que tem tido com alguns artistas nacionais do estilo que segue.
    Siga a entrevista com exclusividade.

     Platina Line :
    Fundador e CEO da editora Raiva Produções, produtor, músico, compositor, tem mais alguma actividade por citar?
    Raiva: Queria apenas retificar que a raiva produções é uma gravadora e produtora, não é editora e também não sou designer gráfico e nem director de arte, apenas músico, produtor, compositor, CEO e Fundador da Raiva Produções que actualmente chama-se Raiva Baby Records.

    R.P:
    Como começou o interesse pela música e pelo gênero hip hop?
    R: Sempre tive interesse pela música, isso desde criança, mas tudo começou pela dança no Alvalade eu dançava tanto “açúcar” que as pessoas me chamavam “maninho açúcar“, gostava muito de música que gravava sempre as músicas que passavam na rádio em uma cassete. Depois conheci o DJ GMC que me deu algumas cassetes de tecno e também tive um tio que colecionava músicas, ele gravava-me as músicas. Pelo hip hop comecei a interessar-me em 98 ou 99 se não me engano, a minha mãe comprou-me cassetes dos 2Pac e Gabriel o Pensador, apaixonei-me por esse estilo e desde aquela época não parei.

    R.P:
    Sei que começou também ou esta mais ligado ao hip hop underground, sente-se como o protector deste gênero em Angola?
    R: Acho que não. Já estive muito ligado ao underground mas agora não acho que estou ligado ao hip hop em geral, prefiro deixar as vertentes de lado e me preocupar apenas com o hip hop, porque existem bons e maus, tanto no underground como no mainstream e se eu tiver que ser protector, eu irei proteger o hip hop em Angola, todos nós precisamos estar unidos para levar o hip hop longe assim como fez o Yanick.

    R.P:
    Underground significa só falar de política, e fazer abordagens sociais de intervenção?
    R: Não, acho que underground é um estado de espírito, quando você ainda não é conhecido e pode falar o que quiser, mas quando és conhecido, nem precisas falar de política desde que sejas real e fales da tua vida ou “wherever”. Há o estado underground até um artista que quer fazer ou faz música comercial pode ser underground porque não tem atenção dos mídia então ele está oculto, está em baixo, está no subterrâneo, isso é que significa undergound, mas há a filosofia underground, que artistas mesmo depois de terem sucesso e atenção da mídia continuam fieis a filosofia underground e não fazem rap por dinheiro, pessoas como KRS ONE, Kool Klever e outros.

    R.P:
    Como está o hip hop em Angola, vivo ou morto?
    R: Acho que está vivo, enquanto eu existir, enquanto os meus niggaz e eu cantarmos, enquanto eu produzir o hip hop em Angola sempre estará vivo, se bem que está em baixa, mas isso é questão de tempo. “we goin change this game”.

    R.P:
    Quem você considera pior do momento?
    R: Considero pior do momento todo rapper “broxista” que para lançar um CD e para fazer sucesso é capaz de tudo, esse é o pior do momento, porque ele está sem banda e não vê como safar-se então faz tudo para bater, vai aqui engraxa, depois vai ali engraxa até conseguir, esse para mim é o pior do momento, rappers “broxistas” nunca serão “number one” estarão sempre em segundo porque o primeiro é aquele que eles engraxam.

    R.P:
    Dos álbuns que saíram do estilo rap, qual deles não corresponderam com as expectativas?
    R: Kalibrados “Cartas na Mesa” acho que as pessoas esperavam mais desse CD, mas não superou nem um pouco as expectativas. Não sei o que passou-se, se as pessoas deixaram de gostar se ficaram “podres“, se calhar não conseguiram roubar idéias de outras pessoas como fizeram no primeiro CD. O outro CD acho que foi o do Kool Klever, as pessoas estavam a espera do primeiro CD do klever, o CD é um sucesso na sua concepção mas devia ser mais explorado porque é um CD muito inteligente, e eu já ouvi o Klever a dizer que no exterior consomem mais o CD dele do que em Angola, deve ser por isso, porque as pessoas não dão muita importância ao tipo de rap que ele faz, se dão são poucos que dão, eu pessoalmente adoro e o CD e dou a importância porque demorou 10 anos ou mais para ser feito, por isso é um dos melhores para mim e devia ser mais explorados e superar as expectativas. Não importa o ser underground, porque temos CD’s como do Kid MC e “batem” apesar de ser um rap diferente porque existe mesmo diferença entre o mais velho e o “puto” quanto aos outros CD’s que não “bateram” ou não tiveram saída é porque ninguém estava mesmo a espera.

    R.P:
    Sabemos que o raiva constituiu família cedo e jovem, como fez para vencer isso, como superou as dificuldades para poder vencer na vida?
    R: Coloquei Deus na minha vida, e busquei forças em Jesus e na família (Avó, mãe e tios), foi fundamental para superar as dificuldades.

    R.P:
    Vamos falar um pouco dos artistas nacionais, para si qual é seu top 5 de angola?
    R:
    1. Yanick
    2. Reptile
    3. Extremo Signo
    4. Kadaff
    5. Phay Grand O Poeta.
    R.P: Continua activo academicamente ou desistiu?
    R: Continuo activo, mas de momento dei uma pausa, mas sou estudante da Universidade Independente, é muito complicado quando pagamos a faculdade e precisamos sustentar a família e o resto, sem ajuda de pai, isso fez-me escolher e achei prioritário fazer outras coisas, trabalhar e fazer música que é o meu sustento. Dizer que para muitos estudantes que têm o apoio dos pais é mais fácil, já para mim não, tenho que fazer por mim, e pela minha família (mulher e filho).

    R.P:
    Se você pudesse descrever-se em palavras, quais seriam elas?
    R: Jovem, humilde, ambicioso e homem de Negócios.

    R.P:
    Qual foi a pior mentira que você ja contou?
    R: Já nem me lembro, deve ser a tanto tempo e nem me lembro.

    R.P:
    Quais são as três últimas músicas que você fez download?
    R:
    1. DJ Drama Feat. Ludacris, Willie The Kid & Busta Rhymes – My People Will Be Heard.
    2. Rick Ross Feat. The Game, Ja Rule e Fat Joe-Mafia Music Remix
    3. Rick Ross-Depper Than Rap(Lost Intro)
    R.P: Vários artistas nossos já foram publicamente tachados como sem personalidade, sendo considerados meras cópias de celebridades do showbiz americano. Você acredita que isso aconteça em larga escala no nosso mercado? Se sim, você acha que esse seja um grande motivo para a não valorização dos nossos artistas?
    R: Acho que isso não acontece em larga escala no nosso mercado, se calhar com alguns que preferem assumir personalidades alheias, do que viver as suas próprias vidas, é complicado porque acho que podemos nos inspirar neles, são os maiores exemplos de hip hop que temos, mas imitar é assumir a forma mais baixa de se auto-desvalorizar, acho que para quem está a começar agora e imita, depois de algum tempo encontrará e moldará a sua personalidade artística, vai bebendo daqui e dali, e vai descobrir o que gosta e o que realmente quer fazer, e quem realmente quer ser.

    R.P:
    Você é considerado como pai do sample e sample sem permissão é plágio esta ciente disso?
    R: Não concordo com essa afirmação, porque acho que sample sem permissão é apenas sample sem permissão, não significa plágio porque no hip hop há uma arte que é o graffiti e também foi considerada uma arte de vandalismo por pintar paredes sem permissão, mas é uma arte e uma das melhores artes, e hoje já vimos o graffiti a ter grande reconhecimento. Li num blog que no Brasil a arte graffiti foi convidada para fazer uma exposição na assembléia, vários graf-writers fizeram-se presentes; e falando de sample não é só em Angola que se sampla sem permissão, mesmo nos Estados Unidos tem esses problemas o hip hop nasceu com sample e vai continuar assim anos e anos sendo os samples autorizados ou não, temos ai casos que quando o hip hop começou “samplavam” músicas do James Brown, temos produtores como o Timbaland, casos de álbuns como do Lil wayne “The Rebirth” estar atrasado por causa do registro dos samples, o próprio Lil Wayne já foi processado por sample sem autorização mas não chamaram isso de plágio. Li há dias o caso do Akon e dos Bone Thugs, acerca da música “I Tired”, e agora eu pergunto aqui em Angola vamos pedir autorização a quem? Onde?
    Quanto vendemos para pagar por um sample de 150 mil dólares ou mais? Acho que não dá, e isso de que sample sem autorização é plágio são os jornalistas que criaram essa informação, esse slogan que sample sem autorização é plágio, isso passa por uma definição de sample e plágio, a grande diferença entre sampliar e plagiar, é que sampliar é quando usa-se pedaço da música de alguém e pões na tua música e faz-se referência na ficha técnica, isto é, podes ter o sample de uma melodia ou de uma voz ou qualquer outra coisa e colocas no teu beat, e apartir disto vais desenvolvendo o beat com a base que tens dos drums, basseline , pianos e string ou “wherever” e o sample vai para complementar, muita das vezes mesmo para servir de suporte. Agora a definição de plágio que tenho é quando pega-se algo que não é teu e alega-se ser, isto é pego num beat ou “wherever” e alego ser meu, isto é considerado roubo, é como se chegasse ao teu estúdio e tirasse um beat de alguém e dissesse que é meu quando não fiz, isto é plagiar, só acho mal alguns produtores se apoderarem de algo que não os pertence e dizerem que é deles, isso deixa frustrado aquelas pessoas que estão a criar as suas próprias “batidas” e outros apoderam-se das batida e alegam serem eles os criadores.

    R.P:
    Que coisas assustam o Raiva?
    R: A morte de pessoas próximas, homens invejosos e com espírito de guerra, os criadores das armas, enfim existem muitas coisas más nesse mundo que me assustam.

    R.P:
    O Dinheiro é coisa mais importante na vida?
    R: Definitivamente não, como diz o T.I. “Death Before Dishonor Family Before All” (Morte Antes da Desonra e Família Antes de Tudo) eu identifico-me com essa frase ou é o mesmo que dizer dinheiro acima de coisas fúteis, mas família da acima de tudo.
    R.P: Agora tem-se falado muito no circulo de hip hop nacional sobre o “beef” acha que ele é um mal necessário? Já agora você tem um “beef” com o Laton dos kalibrados?
    R: Acho que o “beef” é algo salutar, nem sempre é visto como mau porque ajuda os MC’s a evoluírem, como eu e você evoluiremos se não tiver oponentes a nossa evolução? Será como algo individual eu não saberei como os outros estão a cantar. Acho os “beefs” negativos quando envolve famílias, e vai para o lado pessoal, as pessoas ameaçam-se assim como 2Pac e Big.
    Em Angola ainda não chegamos nesse escalão pelo menos no rap mas no “kuduro” já ameaçam-se, lutam e vai para além da música. Falando do Laton e dos kalibrados “epá” eu não sei se é “beef” ou não porque existem muitos niggaz pussys(maricas), que dão “dicas” na “tracks” depois ligam para desmentir e pedir desculpas, como o Laton beefou-me numa “track”, depois negou numa entrevista à Rádio Luanda, dizendo que não tinha beefs comigo nem com o Reptile, é isso que chamo “pussy” e digo que não conheço esses rappers porque ignoro-os, não têm b… para dizer na minha cara, já os Kalibrados falando abertamente não falo com muitos dos elementos do grupo, mas quando encontram-me nos shows, já que temos “beefs” ou eles me beefaram, porquê que um deles vem me dar a mão cumprimentando-me, o “faboius” me beefou mas quer me cumprimentar, se tenho “beef” com alguém não cumprimento, para mim eles são invisíveis e esse “beef” não sei se é mesmo “beef” porque os “niggaz” não estão ao nível, querem “beef” mas perdem sempre.

    R.P:
    Projectos futuros, existe no horizonte um novo CD?
    R: Um CD colaborativo com o Repitle Raiva & Reptile – PIMP (Paka Inveja Madonnas e Problemas), CD dos Wonderfull sou o produtor principal e um dos mentores do álbum Mix tapes, caminho e projectos com os meus niggaz Parrudo, Dimensão Mestre Sama e Boni.

    Bilhete de identidade

    • Nome completo: Cláudio da Silva Van-Dúnem
    • Data de nascimento: 22 de Dezembro de 1985
    • Naturalidade: Luanda
    • Estado civil: Comprometido
    • Filhos: 1
    • Perfume: Paco Rabanne Black XS
    • Estilo de roupa: Street Wear
    • Marca: Roca Wear
    • Restaurantes: Miami
    • Álbum da sua vida: Wu-Tang-FOREVER
    • Prato preferido: Arroz de Marisco
    • Hobbies: Internet
    • Vícios: Dinheiro
    • Cerveja: Toda que deixa Bêbado.

    R.P:
    Can de 2010, sua opinião sobre esse evento?
    R: Não gosto muito de futebol, mas acho que será bom para o nosso país, isso significa se estamos a ser reconhecidos em África.

    R.P:
    Você participou em uma das emissões da Rádio Platina, e deu para interagir com o público que é agora de 27 países, já se sente um membro da Platina?
    R: Eu sou um platinado, e sempre serei estou com a platina para o que der e vier, gostei da experiência, por isso cedi essa entrevista.

    R.P:
    Agora, desafiamos o Raiva a escrever e gravar uma música falando da  platina, ela será divulgada por todos países, e poderão baixar no nosso site aceita o desafio?
    R: Desafio aceite Raiva a.k.a. Pai do sample.
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    A Bombar

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