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    MEU PEDACINHO DE CHÃO

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    Veronica Prudêncio
     

    Era uma vez…
    Vila Santa Fé é o mundo da infância de duas crianças. Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituca (Geytsa Garcia) são os protagonistas de ‘Meu Pedacinho de Chão, próxima novela das seis, de Benedito Ruy Barbosa, com direção de Luiz Fernando Carvalho, que repetem a parceria bem-sucedida de novelas como ‘O Rei do Gado’ e ‘Renascer’.
    A magia de um mundo de conto de fadas, repleto de referências a brinquedos, com árvores de várias cores e casas revestidas de latas enfeitadas, como os antigos brinquedos, é o caminho para o diretor ressaltar a atmosfera da infância que traz o texto. Escrito em 1971, quando a novela foi ao ar pela primeira vez, ‘Meu Pedacinho de Chão’ ganha agora ares atemporais, longe do realismo da primeira versão e com espaço para uma boa dose de humor.
    A cidade cenográfica é um dos elementos principais da narrativa, ela própria uma representação do olhar da infância emoldurada pela memória. Para garantir este tratamento, Luiz Fernando Carvalho orquestra um trabalho de equipe, desde a produção de arte artesanal do artista plástico Raimundo Rodriguez e da cenografia de Keller Veiga ao criativo figurino de Thanara Schonardie, passando pela caracterização de Rubens Liborio e por recursos de animação e computação gráfica.
    O universo rural foi ressignificado a partir do olhar da criança, mas com um tom de modernidade e de mãos dadas com a síntese do autor. Estarão lá os coronéis, os capangas, a professorinha, porém revitalizados pelos códigos da contemporaneidade que absorvem, com generosidade, todas essas influências.
    Nesse sentido, o texto de Benedito Ruy Barbosa é um clássico que pode, e deve, ser lido de várias maneiras. Na primeira versão, de maneira realista; agora, lírica. O que denota a abrangência do texto. É através da lente lúdica de Serelepe e Pituca que o Coronel Epa (Osmar Prado), latifundiário da região e pai da menina, avesso ao progresso em todas as suas formas, trava uma luta contra seu desafeto, Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi). Ele é a favor da modernidade, doou parte de suas terras para a construção de comércios, de uma capela e, agora, da primeira escolinha da cidade.
    Com estreia prevista para abril, ‘Meu Pedacinho de Chão’ traz atores como Antônio Fagundes, Osmar Prado, Juliana Paes e Rodrigo Lombardi e também um elenco estreante em novelas, como Cintia Dicker, Bruno Fagundes, Irandhir Santos e Johnny Massoro. Compõem o elenco ainda Bruna Linzmeyer, Flávio Bauraqui, Emiliano Queiroz, Ricardo Blat, Inês Peixoto, Paula Barbosa, Dani Ornellas e Teuda Bara, entre outros talentos.

    O início de tudo…
    O vilarejo de ‘Meu Pedacinho Chão’ começou a ganhar contornos de desenvolvimento nas mãos da família Napoleão. São terras adquiridas há muitos anos pelo avô de Epaminondas Napoleão (Osmar Prado), que cultivou a enorme fazenda, a deixou para o filho e hoje está nas mãos do neto, Epaminondas.
    Foi justamente Epaminondas (Osmar Prado), chamado por muitos de Coronel Epa, quem iniciou a venda de pequenos lotes daquelas terras para outros sitiantes das redondezas, dentre eles Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi).
    Homem retrógrado que se defende do progresso, Epa acabou inimigo de Pedro Falcão. Motivo principal: Pedro doou um pedaço do seu chão, comprado de Epa, para que nele fossem construídas uma venda de seu Giácomo (Antonio Fagundes), e uma capela, que ficou aos cuidados do padre de descendência alemã, querido por todos, e chamado de Padre Santo ( Emiliano Queiroz).
    O Coronel Epa também nunca perdoou Pedro por tê-lo derrotado nas últimas eleições municipais, elegendo seu protegido e parceiro político, o Prefeito das Antas (Ricardo Blat).

    O valor da amizade…
    Um dos caminhos escolhidos pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para reforçar a universalidade e atemporalidade dos temas essenciais tratados por Benedito Ruy Barbosa em ‘Meu Pedacinho de Chão’ foi ressaltar o lado arquetípico dos personagens.
    Mais forte que a representação das figuras do coronel, da professorinha ou do mocinho, é a representação de valores como a Justiça, o Amor e, especialmente, a Amizade. Tanto que a história é narrada pelo ponto de vista mágico da infância dos inseparáveis Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituca (Geytsa Garcia).
    Serelepe vive na fazenda do Coronel Epa. Menino pobre, sem eira nem beira, não tem mãe, nem pai e nem história passada. Vive comendo e dormindo em qualquer canto da fazenda. A única coisa dele de fato, genuinamente dele, é a amizade de sua querida Pituquinha.
    A linda cumplicidade dos dois vive sendo ameaçada pelo Coronel Epa, pai de Pituca, que não gosta nada da relação da filha com o menino. Serelepe, muito esperto, desenvolveu um grande talento para se livrar de enrascadas e faz de tudo para se manter próximo de Pituca. Ambos representam a Amizade, a Infância, o Sonho e a Liberdade.

    Produção de arte e cenografia
    A parceria profissional entre o diretor Luiz Fernando Carvalho e o artista plástico Raimundo Rodriguez soma mais de uma década e revela a fluidez e afinidade com que trabalham em ‘Meu Pedacinho de Chão’. Raimundo empresta sua arte para a estética lúdica e poética criada por Luiz Fernando Carvalho para a novela.
    Uma cidade inteira nos moldes de um imenso brinquedo de lata, cavalos coloridos e articulados que se movem, engrenagens que tornam autômatos objetos inanimados, um carrossel de esculturas de vacas denominado “curral-céu”, são algumas das contribuições de Raimundo para a construção deste universo mágico visto pelo olhar da criança. Tendo como inspiração brinquedos antigos, o artista utilizou, para revestir todos os prédios da cidade cenográfica, latões de tinta reciclados que, abertos, desamassados e pregados uns nos outros, fazem desta uma cidade de lata.
    A reutilização de objetos é uma das características do trabalho de Raimundo Rodriguez: “Como matéria-prima, me interessa tudo o que sobra. A reutilização de objetos nos meus trabalhos tem o objetivo de ressignificar o mundo, dar novos sentidos e representações para as coisas”, reflete o artista.
    Incansável, Raimundo lidera uma equipe diversificada e acompanha cada detalhe da confecção dos objetos cênicos que são, em sua maioria, artesanais. Seu ateliê polivalente, com viradeiras, prensas e tornos, é também uma oficina de brinquedos e fantasia. A arte a serviço da dramaturgia.
    Além das peças criadas por Raimundo, a produção de arte conta também com objetos diversificados, como lustres, máquinas registradoras e caixa de ferramentas antigas. Apesar de serem peças utilitárias, que existem de fato, elas representam a magia e a atemporalidade da fábula. Para isto, o produtor de arte Marco Cortez e sua equipe pesquisaram objetos, em sua maioria réplicas ou originais de antiquários, do final do século XIX e início do século XX, que tivessem estética exuberante e que, com algumas intervenções de cores e outros elementos, adquirissem o tom lúdico e atemporal conceituado pelo diretor.
    Os objetos também ajudam a representar o universo de cada personagem. “Na casa de Epa, que é um homem que ostenta dinheiro e poder, os objetos são mais luxuosos, opulentos. Há muita porcelana, quadros, obras de arte e peças de cama, mesa e banho feitos com materiais nobres como seda e rendas elaboradas, mas também por cortinas de plástico adquiridas no Saara. Há também um acúmulo muito grande de papeis, escrituras, livros caixa, que representam a necessidade de controle e a avareza do personagem”, revela Cortez.
    Em harmonia com a produção de arte, a cidade cenográfica de ‘Meu Pedacinho de Chão’ é um dos elementos principais da narrativa da novela. Para Keller Veiga, a “Vila Santa Fé é um lugar que contém todos os lugares da imaginação de Serelepe. A cidade é um brinquedo com outros brinquedos dentro”, reflete o cenógrafo, alinhado com a definição de Luiz Fernando Carvalho. O diretor considera a cidade um microcosmo que pode ser simbolizado como um jogo de armar peças que uma criança recolhe e compõe em seu quarto para estruturar uma cidade de brinquedo.
    A cenografia não tem nenhum compromisso com a realidade, proporções ou estilo arquitetônico definido. Os prédios, 28 ao todo, numa área de 7 mil metros quadrados, são todos revestidos por latas, remetendo ao material utilizado por antigos brinquedos do século XIX. Todos esses edifícios possuem interior funcional que serve como set de filmagem.
    Há apenas dois cenários em estúdio: as casas de Coronel Epa e de Pedro Falcão, que terão dois pavimentos. Luiz Fernando Carvalho criou um modelo de produção que privilegia os processos criativos dos departamentos. “Trata- se de uma grande novidade o fato de a história da novela ser contada com apenas 20 personagens e, com isso, ter a possibilidade de montar no estúdio apenas os cenários de Epa e Pedro Falcão, sem a necessidade de desmontagem”, comenta o diretor. Além disso, ao contrário do usual, esses dois cenários são fixos e o switcher (mesa de corte do diretor) fica dentro do próprio estúdio.
    Cada metro quadrado da cidade cenográfica é explorado e um detalhe pode virar o plano principal da gravação. Por isso, existe um cuidado redobrado com o acabamento, de modo que ela possa ser filmada por todos os lados e até mesmo por cima.
    Os prédios não têm compromisso com nenhuma arquitetura. Keller usa elementos espanhóis, mouros, como o porão do Coronel Epa. Faz uso também de referências de casas russas, siberianas, coloniais brasileiras, sem privilegiar nenhum estilo arquitetônico. As construções apenas remetem ao universo infantil.
    Vila Santa Fé é colorida, solar e alegre. O projeto paisagístico é quase integralmente sintético. Há horta com legumes enormes e jardins de flores artificiais (mais de 120 mil flores coladas manualmente uma a uma). As árvores foram coloridas com mantas de crochê, uma alternativa para não agredi-las e, ao mesmo tempo, ajudar a representar o universo de contos de fadas.
    Emoldurando toda a cidade, estão enormes painéis criados por Clécio Regis, que, somados linearmente, chegam a 3.200 metros. As grandes telas de lona crua foram pintadas durante 45 dias por Clécio e sua equipe predominantemente com as cores laranja, azul e amarela. Bebendo de Renoir e Van Gogh, as paisagens sofrerão influências das estações do ano, começando pela primavera.

    Perfil dos Personagens

    Epaminondas Napoleão (Osmar Prado) – Casado com Maria Catarina (Juliana Paes), ele é pai de Pituquinha (Geytsa Garcia) e Ferdinando (Johnny Massaro). É o arquétipo do Mal, representa a Sombra, o Retrocesso, a Decadência, a Vaidade e a Prepotência.
    Maria Catarina (Juliana Paes) – É casada com Epaminondas Napoleão (Osmar Prado). Com ele, teve Pituquinha (Geytsa Garcia), sua única filha, e é uma madrasta muito querida de Ferdinando (Johnny Massaro). É o arquétipo da Graça, da Sensualidade, da Maternidade e dos Instintos.
    Juliana (Bruna Linzmeyer) – Primeira professora de Vila Santa Fé. Lecionar é a sua verdadeira e grande vocação. Juliana é o arquétipo do Amor. Representa a Princesa, a Consciência e a Luz.
    Pituquinha (Geytsa Garcia) – É filha de Maria Catarina (Juliana Paes) e Epaminondas (Osmar Prado). Grande amiga de Serelepe (Tomás Sampaio). Pituca representa a Infância, o Lirismo, a Amizade e a Liberdade.
    Serelepe (Tomás Sampaio) – Órfão, ele é o grande amigo de Pituquinha (Geytsa Garcia). É o arquétipo da Natureza. Representa o Selvagem, a Liberdade, a Infância, a Justiça e o Sonho.
    Zelão (Irandhir Santos) – Filho único de Mãe Benta (Teuda Bara), é uma espécie de capanga do Coronel Epa (Osmar Prado). É o arquétipo do Herói Trágico: o Bruto, o Valente, o que será vencido pelo amor.
    Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) – Casado com Dona Tereza (Inês Peixoto) e pai de Gina (Paula Barbosa). Homem trabalhador e a favor do progresso. É o arquétipo do Justiceiro, representa a Justiça, o Trabalho e a Terra.
    Giácomo (Antonio Fagundes) – Viúvo, ele é pai de Milita (Cintia Dicker). É muito amigo do atual prefeito (Ricardo Blat) e de Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi). Giácomo é o arquétipo do Palhaço, o Cicerone, o Emotivo e o Zangão.
    Ferdinando (Johnny Massaro) – Filho único do primeiro casamento de Epaminondas (Osmar Prado). Órfão de mãe, tem grande carinho pela madrasta Catarina. É o arquétipo do Príncipe, O Poeta, Filho Pródigo e o Alquimista.
    Dona Tereza (Inês Peixoto) – Casada com Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) e mãe de Gina (Paula Barbosa).
    Gina (Paula Barbosa) – Filha de Dona Tereza (Inês Peixoto) e Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi). Descuidada no jeito de se vestir, Gina é chamada na cidade de mulher-homem. Grande amiga de Juliana (Bruna Linzmeyer).
    Mãe Benta (Teuda Bara) – Parteira e benzedeira respeitada por todo vilarejo. Ela é mãe de Zelão (Irandhir Santos), seu único filho. Trabalha na fazendo do Coronel Epa.
    Doutor Renato (Bruno Fagundes) – Grande amigo de Ferdinando (Johnny Massaro), se instala na vila de Santa Fé onde constrói um posto de saúde.
    Milita (Cintia Dicker) – Filha única de Giácomo (Antônio Fagundes). É namorada de Viramundo (Gabriel Sater).
    Viramundo (Gabriel Sater) – Violeiro de talento, vai se revelar também um grande compositor. Namora Milita (Cintia Dicker).
    Padre Santo (Emiliano Queiroz) – De descendência alemã, é amigo influente do atual prefeito das Antas. Como bom Padre que é, é o maior pacificador das brigas que acontecem no vilarejo.
    Prefeito das Antas (Ricardo Blat) – Vencedor das últimas eleições, é inimigo do Coronel Epaminondas (Osmar Pardo). Foi ele quem construiu a escola e quem trouxe Juliana (Bruna Linzmeyer) da capital para inaugurá-la.
    Rodapé (Flavio Bauraqui) – É empregado da fazenda do Coronel Epa. Tem uma alma quase de criança e é muito amigo de Zelão.
    Izidoro (Raul Barretto) – Uma espécie de motorista da Casa Grande. É apaixonado por Rosinha (Letícia Almeida).
    Rosinha (Letícia Almeida) – É a grande ajudante de Amância (Dani Ornellas) na Casa Grande e, principalmente, em sua cozinha. Apaixonada por Zelão (Irandhir Santos), odeia a professora Juliana (Bruna Linzmeyer).
    Amância (Dani Ornellas) – Cozinheira de mão cheia é praticamente a senhora da cozinha da Casa Grande. Se sente quase uma segunda mãe da menina Pituquinha. Também gosta muito de Serelepe, a quem ajuda sempre que pode.
    Tuim (Kaue Ribeiro de Souza) – Grande amigo de Serelepe. Tem por Pituquinha também uma grande amizade e adora a menina.
    Marimbondo (Fernando Sampaio) – É um dos pouquíssimos agregados do sítio de Pedro Falcão.
    Lurdes (Alice Coelho) – Vive na fazenda Santa Fé e é esposa de Jonas, com quem tem um filho.
    Jonas (Alex Brasil) – Marido de Lurdes, é uma espécie de líder dos agregados da fazenda.
    Secretário do Prefeito (Evandro Melo) – Trabalha para o Prefeito das Antas.

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