O evento, produzido pela empresa Step, é também uma noite de premiação; os melhores da música, televisão e moda angolanas são premiados entre os blocos de desfiles de 16 criadores de moda nacional e apresentações musicais.
Com um clima intimista em uma tenda nos Maristas, no bairro 1° de Maio, o Moda Luanda 2010 explorou o tema da robótica e modernidade, levando até uma plataforma elétrica que elevou as modelos acima da passarela
A moda angolana ainda está dando seus passos iniciais, mas é bom ver como está atenta às tendências mundiais: transparências, comprimentos curtos, volume nos ombros, brilho, silhuetas sequinhas, babados, leggings de látex, sandálias pesadas… a estilista Dina Simão, premiada como criadora do ano de 2009, me explicou que sua coleção, com nome traduzido de uma língua nativa significando “Regresso da Mulher”, conta a história de uma mulher que voltou para a África após ir menina para a Europa — unindo corte e estruturas do outro hemisfério, onde ela trabalhou por 15 anos, com tecidos e estamparias tradicionais africanas. Achei super interessante.
Os modelos são tão diversos quanto o próprio evento. Leticia é de origem espanhola; Celma, angolana, tem 27 anos (viu Brasil?) com 10 anos de carreira em Portugal; Ismael além de modelo é repórter… simpáticos, contaram que o melhor da moda são o que aprendem com as viagens, desafios e pessoas que conhecem, e elegem caminhadas e alimentos e sucos naturais como aliados de beauté. Todo mundo tirando os tênis do armário já! O evento terminou com o desfile de moda masculina de Tekasala e Shunnoz, um verdadeiro show com direito a declamação de poema e ternos irreverentes e coloridos vestidos não só por modelos mas por homens reais e outcasts da sociedade. Enfim, o Moda Luanda 2010 reuniu artistas, cantores, jornalistas, atores e, é claro, fashionistas para prestigiar os premiados da noite e os estilistas angolanos. O que acharam?