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    Portugal em luto: morreu Mário Soares, o ex-primeiro-ministro e presidente do país

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    Morreu hoje Mário Soares. A notícia da morte aos 92 anos do antigo primeiro-ministro e antigo Presidente da República foi confirmada pelo porta-voz do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, depois de Mário Alberto Nobre Lopes Soares ter sido internado nessa instituição, já na madrugada de 13 de Dezembro.

    Nascido em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1924, Mário Soares era visto cada vez menos em público. A última vez tinha sido a 28 de Setembro passado, numa homenagem do actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à sua mulher, Maria Barroso, que morreu no ano passado, a 7 de Julho, no mesmo hospital onde estava agora internado o marido.

    Mário é um dos 27 que se juntou em Abril de 1973 na cidade alemã de Bad Münstereifel para fundar o Partido Socialista teve uma vida intensa dedicada à política e à democracia. Advogado e professor, envolveu-se desde cedo em actividades de oposição à ditadura do Estado Novo. Preso doze vezes, acabou deportado para São Tomé, em 1968, e depois exilou-se em França. A seguir ao 25 de Abril, o ex-presidente regressou a Lisboa três dias depois, no que ficou conhecido como o “comboio da Liberdade”, tendo a aguardá-lo uma multidão na estação de Santa Apolónia.

    Nestes 42 anos de liberdade no país, foi Ministro dos Negócios Estrangeiros (1974-75) e Primeiro-ministro por três vezes (1976-77, 1978 e 1983-85) e foi o obreiro da adesão de Portugal à CEE (a União Europeia de hoje) assinada em 1985.

    Chegou a Presidência da República em 1986, como o primeiro Presidente “de todos os portugueses”, como se afirmou nessa noite de 26 de Janeiro em que foi eleito (numas eleições que dividiram o país ao meio). O seu primeiro mandato foi de tal modo consensual que seria reeleito com uns estratosféricos 70,35% (quase três milhões e meio de votos, resultado nunca alcançado por outro político em eleições nacionais).

    Mário Soares deixou Belém em 1996, nas mãos de outro socialista, Jorge Sampaio, mas não se resignou a ser senador da República. Primeiro, ensaiou um percurso internacional, ainda em Dezembro de 1995, com a presidência da Comissão Mundial Independente sobre os Oceanos, mas a política doméstica voltaria a impor-se no seu percurso. Foi o cabeça de lista socialista às eleições europeias de 1999 e ensaiou a candidatura a presidente do Parlamento Europeu, que perderia para Nicole Fontaine, a quem se dirigiria de forma deselegante.

    Anos mais tarde, em 2005, voltou a colocar-se na corrida a Belém, apenas para impedir que o então Secretário-geral do PS, José Sócrates, apoiasse Manuel Alegre, outro histórico socialista, com quem estava zangado. A zanga foi má conselheira: Soares acabou humilhado em terceiro lugar e Alegre em segundo não evitou a eleição à primeira volta de Cavaco Silva. Os dois só fariam as pazes 8 anos depois, por telefone, mediados pelo líder socialista de então, António José Seguro, depois de Soares ter estado internado com uma forte encefalite, em Janeiro de 2013.

    A 20 de fevereiro de 2015, em entrevista ao jornal Mário Soares dizia que não seria “um homem imortal” para a história. “Eu? Não! Eu sou um pobre homem que teve a sorte de ter tomado posições e de ter acertado e de ter sido auxiliado por muita gente”. Em 2004, nas páginas do DN, Mário já dizia de si: “Não acredito na eternidade, na imortalidade, na alma. O que fica de mim é um rodapé num livro de história”.

    Em 2013, numa homenagem a Aquilino Ribeiro, logo depois da doença que o atirou para a cama do hospital durante nove dias, Mário Soares fez uma intervenção em que deliciou quem o ouvia com pequenas histórias em que a memória já o atraiçoava. No final, arrumou os seus óculos no bolso interior do sobretudo. “Peço desculpa, mas me retiro”.

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