Tóquio é uma das cidades mais emblemáticas do mundo – um lugar que tende a inspirar a reimaginação mítica. É também uma cidade de contrastes : um lugar onde os espectáculos de J -pop stadium abundam, mas onde a cultura de coleccionador prospera e onde conhecedores de funk obscuro, soul, equipamento audiófilo e música electrónica subsistem. O Japão é um país que tem abraçado a alma da máquina e cujos compositores, designers de equipamento e de bandas sonoras de jogos têm tido uma influência inestimável na música moderna. Talvez Tóquio, a selva urbana original, com mais de 13 milhões de habitantes, seja um lugar onde o passado distante e o futuro recente que imaginamos estejam profundamente entrelaçados, e vestígios do antigo Edo fundamentem a expansão da cidade. Seja através da música, da literatura, da arquitectura do pós-guerra, da dança moderna ou da robótica, este país produziu arte magnífica inspirada por acontecimentos desafiantes. É por isso que, e com o país a atingir a sua glória, em 2014 a Academia será levada até ao Japão – convidando artistas visionários de todo o mundo para que em conjunto com os seus homólogos locais explorem as mais recentes ofertas culturais do país.
Luanda é uma cidade construída para 500.000 habitantes onde, como consequência da guerra, convivem hoje cerca de 5.000.000 de pessoas. A mistura cultural, de línguas, ritmos e danças transforma Luanda numa das mais vibrantes e inspiradoras capitais do mundo. Durante as décadas de 60 e 70 a música desempenhou um papel de extrema importância na construção de uma identidade cultural independente para o nosso país e Luanda foi naturalmente um dos palcos principais desta (r)evolução. Foi através da música que se passaram as mensagens de liberdade aos angolanos, tornando esta revolução numa revolução maioritariamente cultural.
No caos de Luanda encontramos um ritmo que nos envolve e nos torna capazes de dançar com a cidade. O clima tropical propícia a comunicação através da dança e da música, que estão por todo o lado, se não nos chega de um candongueiro que passa, chega dos vários edifícios da cidade ou mesmo do trânsito desordenado que nos envolve em movimento e ritmo.
Nas ruas da cidade identificamos uma diversidade musical impressionante, ritmos do antigo caribe, como a rumba e o merengue, convivem com a música congolense, com o reggae, o zouk, o afro vibe, o funk e até mesmo o jazz. Apesar das influências da música internacional, os angolanos têm a capacidade, que só têm os apaixonados, de criar ritmos e estilos musicais únicos, que atravessam fronteiras e conquistam o mundo. É nos recantos mais inóspitos desta cidade, nos estúdios menos preparados, que artistas anónimos contribuem diariamente para o groove mundial. Foi em Angola, durante a guerra, que nasceu o Kuduro, género que influencia profundamente o panorama musical actual.
É neste contexto que a Academia escolhe Luanda como um dos palcos para se apresentar em 2014. No dia 14 de Fevereiro a Red Bull Music Academy realiza um workshop no Elinga, que conta com os internacionais Buraka Som Sistema como oradores. Noworkshop participarão 30 visionários artistas angolanos, que se começam a afirmar no panorama musical nacional, seleccionados por nomes inconfundíveis como MCK, Sacerdot, Dj Satélite, Nazareth ou Dj Johnny. Para o público em geral a Academia apresenta e celebra a edição de 2014 com a exibição do mais recente trabalho dos Buraka Som Sistema, o documentário “OFF THE BEATEN TRACK”, seguido de um concerto do grupo que promete uma noite com muito groove na capital.Buraka Som Sistema nasceram em Lisboa, cidade portuguesa com cerca de 2,3 milhões de habitantes que vivem maioritariamente nas áreas da periferia. A mistura cultural que encontramos nestas áreas coloca-nos numa espécie de triângulo entre a influencia africana, sul-americana e norte europeia, o que faz com que a cultura de Lisboa permaneça um mistério para o resto do mundo.
Em 2006, os elementos que se viriam a tornar os Buraka Som Sistema juntavam-se num pequeno bar em Lisboa, que acabou por se tornar a sua residência mensal. Nenhum deles fazia ideia de que essas festas iriam mudar não só as suas vidas como o panorama musical e da dança em Lisboa, dando espaço, nas principais pistas de dança, aos ritmos e danças trazidos por gerações sucessivas de imigrantes africanos e sul-americanos.
Os Buraka Som Sistema fizeram o impensável: através da combinação de diferentes géneros musicais como o Grime, Dubstep e o Kuduro Angolano, reuniram um conjunto de cidadãos do mundo empenhados no processo de remodelação do panorama musical mundial, não só para a tornar cool, mas também relevante para a compreenção das alterações actuais da música e cultura urbana. Foi com base neste objectivo que os Buraka Som Sistema têm vindo a conquistar as principais palcos mundiais e são hoje presença assídua nas principais pistas de dança do globo.
Off The Beaten Track, é um documentário, realizado por João Pedro Moreira, que retrata o percurso da banda desde os tempos de formação até aos dias de hoje, dos primeiros passos no Clube Mercado até aos grandes palcos dos festivais internacionais, dando a conhecer uma visão global do percurso do grupo, assim como as experiências pessoais e o contexto geográfico dos membros da banda e da comunidade de artistas que os rodeia e apoia.
Para mais informações seguir atentamente www.redbullmusicacademy.com.