O novo trabalho discográfico do grupo folclórico Semba Muxima já está na fase final e poderá ser lançado nos próximos dias, segundo relatos de Manuel Gomes, instrumentista e director artístico do colectivo.
O grupo já efectuou no país os últimos acertos técnicos e aguarda apenas pela inclusão de três novos temas, cujos trabalhos culminarão no Brasil dentro de poucos dias.
O novo álbum, ainda sem título, reúne 12 faixas musicais e teria sido apresentado no princípio do ano, o que não aconteceu devido a apertadíssima agenda de trabalho dos seus integrantes. Os instrumentistas iniciaram a preparação da obra há aproximadamente quatro anos com uma série de pesquisa de novos ritmos no Icolo e Bengo, província do Bengo, e prosseguiu no Centro e Norte do país.
A pretensão do grupo é trazer ao público novos valores da nossa cultura e divulgá-los. Como exemplo, Manuel Gomes “Man Nelson” referiu-se ao njimba, ritmo característico daquela região e que foi empregue no segundo disco “Wagiza”, lançado em 2006.
A recolha desses elementos, segundo Man Nelson, serve de inspiração ao grupo, que procura enriquecer os trabalhos artístico-discográficos de modo a que o público tenha uma percepção dos diferentes ritmos tradicionais do país.
No seu entender, Angola possui diversos grupos etnolinguísticos e vários ritmos ainda por explorar e divulgar.
Actualmente, os seus ritmos usuais são a cabecinha, njimba ou mundango,varina, semba e a rebita.
O grupo tem gravado três obras, a primeira “Tia” disponível em cassete, com oito faixas, e a segunda “Kangoia”, em CD, com 12. O penúltimo álbum intitula-se Wagiza. O Semba Muxima conquistou, em 2001, o prémio de melhor grupo tradicional e a sua música “kangoia” o prémio de música revelação do ano, pelo Top Rádio Luanda.
O agrupamento surgiu na cidade capital (Luanda), a 10 de Abril de 1993, da união de cinco músicos que decidiram atribuir ao conjunto o nome de “coração”, que traduzido para a língua materna kimbundu significa “Muxima”. Posteriormente passou a designar-se Semba Muxima”.