O Projecto Kitabanga, que visa a protecção e preservação das Tartarugas Marinhas ao longo da costa marítima angolana, desde o início da sua implementação, em 2003, permitiu o encaminhamento, para o mar, de aproximadamente três milhões (3.000.000) de pequenas tartarugas.
Luanda, 3 de Maio de 2018: É imperiosa a necessidade de se proteger as tartarugas marinhas, uma vez que a espécie se encontra em risco pois, actualmente, existe um expressivo declínio de tartarugas de couro, e um dos aspectos que poderá estar na base são os excessivos números de redes de pescas junto às praias de desova durante o período de reprodução, associado à captura de animais e destruição de ninhos ao longo da costa.
”Infelizmente nós, em Angola, não temos nenhum centro de recuperação de animais e, em particular, para animais marinhos. Note-se que aos incidentes mais graves, até então observados, estão associados ou a animais feridos por artes de pesca ou por colisão com embarcações. Dependendo dos incidentes, o pessoal ligado ao Projecto Kitabanga, dentro das suas possibilidades, poderá ser chamado para prestar os primeiros cuidados.” Michel Morais, coordenador do projecto Kitabanga.
Durante a temporada 2015/2016 registou-se a morte de 450 Tartaurugas Marinhas adultas ao longo da praia das Palmeirinhas e Longa, não incluindo toda a costa, números bastante significativos que mostram a necessidade de se intensificarem as acções de sensibilização para a Protecção das Tartarugas, tendo em conta que as tartarugas levam, em média, 30 anos para atingir a idade adulta.
No passado mês de Março, a empresa multinacional angolana de telecomunicações, Angola Cables participou na exumação (abertura de ninhos) de tartarugas, ao longo da praia das Palmeirinhas. A acção consubstanciou-se na verificação dos ninhos para o processo de contagem dos ovos que não eclodiram, contagem das cascas dos ovos e elaborar uma estimativa do número de neonatos (filhotes de tartarugas) que regressaram ao mar, o que permite aferir, estatisticamente, o sucesso ou insucesso de um determinado ninho ao longo da sua incubação.
A Angola Cables é parceira do projecto que Kitabanga desde o ano 2014, que para além de preservarem e protegerem as tartarugas marinhas, têm estado empenhados em serviços de sensibilização às comunidades, sobretudo aos pescadores e às crianças que são a base de disseminação destas informações, para que adotem uma postura diferente face a este animal.
Embora haja um esforço considerável para a divulgação e conservação da espécie, essencialmente da Tartaruga de Couro, conhecida por Kitabanga e a que dá o nome ao Projecto, é intenção da organização aumentar a intervenção e incentivar as instituições competentes que promovam a conservação numa maior amplitude.
A costa de Angola detém 1650 km e o Projecto Kitabanga está envolvido em apenas 56 km, havendo assim a necessidade de um maior esforço para a conservação e educação ambiental ao longo da costa, pelo que urge a necessidade da criação de um Plano de Conservação de Tartarugas Marinhas para a costa de Angola junto do Ministério do Ambiente.
Das espécies existentes, a Tartaruga Oliva é a mais abundante em Angola, pondo em média 120 ovos nos ninhos, número bastante considerável, mas que na prática não chega a ser tão expressivo devido às inúmeras dificuldades que elas enfrentam, desde os predadores naturais, como os Caranguejos até às redes de pesca manuseadas pelo homem, considerado o principal predador de Tartarugas.
Sobre a Angola Cables
A Angola Cables é uma Empresa criada em 2009 pelos 5 principais operadores de Telecomunicações nacionais, sendo a principal atividade da Empresa a gestão da conectividade internacional entre Angola e o resto do Mundo, através de cabos submarinos de fibra ótica.
A Angola Cables pretende transformar o país num dos principais Hub africanos de telecomunicações, impulsionada pela visão dos seus accionistas e pela estratégia do governo. Os principais projectos da empresa são a construção dos cabos submarinos de fibra óptica South Atlantic Cable System (SACS), que ligará Luanda e Fortaleza, no Brasil, e o Monet que conectará as cidades de Santos e Fortaleza, no Brasil, e Miami, nos Estados Unidos.
Sobre o Projecto Kitabanga
O Projecto Kitabanga – Conservação de Tartarugas Marinhas é uma projecto afecto ao Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto, que tem vindo a ser implementado, desde 2003, com a anuência do Ministério do Ambiente. Actualmente conta com uma área de actuação directa de 55,5 Km distribuída pela região do Soyo, Kissembo, Palmeirinhas, Sangano, Longa, Cuio e Manono (Bentiaba) perfazendo uma cobertura de 3,4% da costa de Angola.