Um novo estudo científico de dois sexólogos italianos propõe uma revisão radical de tudo o que tem sido dito e escrito sobre a vagina e o orgasmo feminino.
O argumento central do trabalho a publicar no Jornal de Anatomia Clínica é o da inexistência de um “clítoris interno”, ou de qualquer extensão da área clitoriana para o interior da vagina.
Consequentemente, defendem Vincenzo e Giulia Puppo, do Centro Italiano de Sexologia, não há qualquer orgasmo vaginal. Tudo o que existe é o orgasmo clitoriano, que segundo os dois cientistas deve ser correctamente designado de “orgasmo feminino”, já que será o único.
“O orgasmo vaginal não tem base científica e o termo foi inventado por Freud”, afirmam. “O orgasmo ‘vaginal’ que algumas mulheres reportam é sempre causado pelos órgãos erécteis em redor”, explicam. Ou seja, o clítoris, que consideram ser a única fonte da tão desejada explosão de prazer.
O clítoris, recorde-se, é um pequeno órgão localizado no exterior do corpo, junto à entrada da vagina.
Portanto, uma das conclusões-chave do estudo é que muitas mulheres andam a ser diagnosticadas com um problema que na verdade não existe, e que não deve ser motivo de preocupação – o facto de não terem um orgasmo através da estimulação vaginal. Aliás, os autores afirmam que a sua pesquisa indica que a maioria das mulheres não tem orgasmos durante a penetração.
O estudo contém outras ideias que prometem gerar bastante polémica. Os Puppo negam a existência do muito discutido “ponto G”, sugerindo mesmo estar-se perante uma “fraude científica”. E declaram que todas as mulheres são capazes de atingir o orgasmo se foram correctamente estimuladas.
Apesar de estar a ser apresentado como a “palavra final” no longo debate sobre a anatomia íntima feminina, o estudo deverá acabar por alimentar novas conversas sobre o orgasmo. Incluindo na cama.