A decorrer desde o dia 18 do mês em curso, a 2ª edição da Residência Artística Luanda apresenta um guião recheado de artistas locais, bem como nomes provenientes de Cabo Verde e Moçambique, entre os quais se destacam Daniela Sandão, Hélio Buite, Mwana Pwo, Stephanie Silva, Titos Pelembe e Filomena Mairosse. E o Curador convidado é o Antropólogo António Tomás.
Os resultados dos trabalhos das pesquisas desenvolvidas pelos artistas durante duas semanas serão apresentados no dia 29 de Outubro, no Open Studio, um evento aberto ao público a realizar-se na Rua Ramalho Ortigão, n°1, Bairro Alvalade.
O programa de Residências Artísticas (LUANDA) é uma iniciativa realizada pelo colectivo cultural Pés Descalços, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian e o apoio da Academia BAI, bem como da galeria de artes “This is not a white cube”, que tem como objectivo se focar na experiência que é viver na Luanda contemporânea, através das suas personagens, ritmos, poesia, nostalgia e drama; e seguindo a construção imaginária tão explorada na literatura de escritores angolanos.
Nesta 2ª edição, os artistas serão desafiados a trabalhar sob o tema “Fronteiras Perdidas”, através de um programa de actividades variado. O tema, retirado da obra do escritor angolano José Eduardo Agualusa, inscrever-se num universo ficcional.
Perfil dos artistas Daniela Sandão (Angola).A artista desenvolve o seu processo criativo através da pintura (tradicional ou digital) explorando matérias como o carvão que lhe ajudam a explorar a anatomia feminina, um dos principais objectivos na sua obra.
Hélio Buite (Angola) nasceu em Luanda, o seu registo fotográfico e vídeo se foca em analisar as formas como as sociedades africanas têm a família no centro, enquanto tecida entre a vontade de descolonização e a realidade ainda proeminente da sua relação de colonial idade com o Ocidente. Assim como o processamento dos movimentos de independência, as guerras civis e os complexos sistemas políticos.
Mwana Pwo (Angola), Fotógrafo autodidata, a sua prática artística está focada para a fotografia documental, fine arte e retratos, processo através do qual tem registado activamente as múltiplas dimensões do ser individual e da realidade social angolana.
Stephanie Silva (Cabo Verde), é designer (moda e artes plásticas) e é a ferramenta que encontrou para se expressar enquanto pessoa e membro da sociedade da qual faz parte. Escreve com sentimentos usando a luz, as cores, texturas, histórias, movimentos e sons para complementar a forma como se comunica.
Filomena Mairosse (Moçambique). Escritora, fotógrafa e filmmaker, instrumentos artísticos através dos quais explora tópicos centrados na experiência humana e na interacção que tem com o mundo, com foco na autenticidade, talvez porque sente que é um estado de existência, um estar ou um ser completamente autêntico, que tenta incorporar em si mesma.
Titos Pelembe (Moçambique). Pesquisador, que nos últimos anos tem desenvolvido a sua prática artística por intermédio do cruzamento dos diversos territórios de conhecimento, desde as contribuições prestadas das ciências sociais, especificamente no contexto dos estudos pós-coloniais em articulação constante com as problemáticas da representação, apropriação e uso do espaço público na contemporaneidade.