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    " A desinteligência do Kuduro : O chão é o limite "

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    De um estilo musical cativante, que vai dos musseques ás zonas nobres, o Kuduro aos poucos livrou-se dos medos, segregações e estereótipos que sempre o acompanharam, para de forma inquestionável e electrizante dominar o mercado musical angolano, embandeirar o país além-mar e unir musicalmente as diferentes classes sociais existentes na sociedade angolana .

    Inventado por Tony Amado, figura lendária que também imortalizou várias danças que ao longo dos anos foram dando cor e vida à este género musical, o Kuduro tornou-se hoje num produto tão rentável e tão mediático que até em novelas ( nacional e internacional ) ele é referenciado, além de que Hollywood fez questão de introduzí-lo ao mundo, ainda que numa versão latina, num dos seus filmes de maior sucesso de bilheteria, o electrizante ” Too Fast too Furious ” com Vin Diesel como protagonista principal .

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    Com todo o impacto criado nos últimos dez anos, a visibilidade que vai tendo com a ajuda da empresa ” Da Banda ” do músico e empresário Coréon Dú, da enorme demanda por espectáculos e álbuns por parte do público ( não só de Angola ) da genialidade lírica e rítmica do excelente Bruno M ( já retirado, infelizmente ) da meteórica ascensão do vibrante Nagrelha e a sua banda ” Os Lambas “, tal como o surgimento no mundo do Kuduro de vários novos artistas tais como Titica, Própria Lixa, Game Walla, Agre G, Vagabanda etc etc era naturalmente suposto esperar-se ao longo do tempo sinais claros de maturidade, profissionalismo e domínio natural do lado mais importante do mundo de espectáculos por parte dos seus integrantes e demais representantes : o que dizer diante das câmeras, como vender o produto com mestria mas acima de tudo como vender a imagem do Kuduro em Angola e além-fronteiras .

    Infelizmente para muitos apreciadores do Kuduro em partícular e da música popular angolana no geral, o que se tem visto por parte dos cantores deste género musical é simplesmente degradante. 

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    As letras estão cada vez mais sem nexo, não trazem uma mensagem lírica que se preze, os cantores cada vez enveredam mais para o lado errado da língua portuguesa, o que á priori não ajuda nem o mercado interno nem tampouco o internacional, uma vez que os fãs deste género que sejam de outros países de expressão portuguesa difícilmente percebem o que se diz nas músicas, as danças que sempre foram parte fundamental do Kuduro, agora já só têm como principal objectivo evocar o sexo e tudo o que seja contra os valores cívico/morais .

    Os cantores não apostam na melhoria da imagem, encaram cada presença nalguma estação televisiva ou radiofónica como se de alguma batalha verbal se tratasse e apenas focam-se no lado negativo de tudo e todos pensando apenas na efemeridade da sua presença nestes lugares e jamais na negatividade que vão causando á imagem da música angolana e principalmente ao Ministério da Cultura .

    Esta predominância errática do Kuduro faz com que o límite dos seus sonhos não seja o céu mas sim o mesmo chão lamaçal com que insistentemente os seus artistas se vão auto-destruindo com desnecessárias quezílias e a já famosa impreparação artística .

    Os artistas têm de investir muito mais na sua imagem, têm de ler muito mais para dominarem o mundo cada mais exigente da imprensa, têm de saber o que devem dizer, como dizer e quando dizer, sobretudo têm de encarar de uma vez por todas que outros povos também de interessam por tudo o que fazem ou dizem e por isso não podem continuar no amadorismo e no contínuo guerrear de palavras entre eles .

    Enquanto lá fora há músicos a aproveitarem-se do impacto que o Kuduro está a causar para fazer milhões de dólares, cantando ritmos nada parecidos mas sabendo explorar e vender bem toda a imagem inerente ao produto, em Angola o Kudurista apenas preocupa-se com o lado fútil da vida artística e entretém-se com um manancial de erros comportamentais que em nada beneficiam o estilo que canta .

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    É chegado a hora de encararem a profissão com seriedade e investirem seriamente na leitura, na arte de falar pouco mas bem e acima de tudo na vontade de também fazerem milhões, explorando a imagem e o produto de forma inteligente e minuciosamente elaborada .

    De outra forma o limite será mesmo o chão . “

    De Joe D’Almeida
    Para o portal Platina Line
    29/05/2013
    Londres

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