Os Estados Unidos estão a avaliar a possibilidade de impor novas restrições à entrada de cidadãos de 43 países, entre os quais poderá estar incluída Angola. A medida, segundo fontes da administração norte-americana, visa reforçar os critérios de segurança e cooperação internacional no controlo migratório, especialmente no que diz respeito ao repatriamento de cidadãos em situação irregular em solo americano.
De acordo com o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS, na sigla em inglês), muitos destes países apresentam dificuldades ou relutância em aceitar o retorno dos seus próprios cidadãos deportados dos EUA. Angola, embora ainda não tenha sido oficialmente confirmada na lista, poderá ser considerada pelas autoridades americanas como um dos Estados com fraca colaboração nos processos de repatriação, o que levanta preocupações diplomáticas e migratórias.
Além da questão do repatriamento, outros critérios que pesam na análise incluem:
• Falta de emissão atempada de documentos de viagem para cidadãos a serem deportados;
• Pouca cooperação entre os serviços consulares e as autoridades de imigração americanas;
• Débil troca de informações sobre identidade e antecedentes dos cidadãos angolanos;
• Atrasos sistemáticos nos processos de verificação de nacionalidade.
Que correções Angola deve fazer para evitar a imposição das restrições?
Especialistas em relações internacionais e diplomacia alertam que Angola precisa reforçar urgentemente os mecanismos de cooperação consular com os EUA. Entre as principais recomendações estão:
1. Melhorar a eficiência na emissão de documentos de viagem para nacionais deportáveis;
2. Reforçar o diálogo diplomático com a administração americana, demonstrando compromisso com as normas internacionais de repatriação;
3. Criar uma célula técnica interministerial (Relações Exteriores, Interior e Justiça) para tratar especificamente dos processos de deportação e repatriamento;
4. Estabelecer protocolos claros com os consulados angolanos nos EUA para agilizar a comunicação com o DHS;
5. Investir em sistemas digitais para cruzamento de dados e verificação de identidade de forma mais célere e segura.
Caso as correções não sejam feitas, as consequências poderão ser severas: os cidadãos angolanos poderão ver-se impedidos de obter vistos para entrar nos EUA, afetando tanto estudantes e profissionais, como familiares e investidores.
O Governo angolano ainda não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade de inclusão na lista, mas fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores garantem que já estão a ser feitas diligências diplomáticas junto da embaixada americana em Luanda para esclarecer a situação e evitar impactos negativos.