A cantora e compositora angolana Clara Monteiro vai proceder à venda e sessão de autógrafos no sábado, na Praça da Independência, em Luanda, do seu quinto trabalho discográfico sob o título “Loanda”.
Com 13 faixas musicais, em declarações hoje, sexta-feira, à Agencia de Noticias Angola a cantora avançou que o referido trabalho faz o retrato da dinâmica da cidade de Luanda.
Com 50 anos de idade, Clara Monteiro, também artista plástica, viveu com intensa e rara musicalidade o período musical pós-independência.
Natural de Luanda, com um talento, intuição e propensão para as artes, em 1980 Clara Monteiro conhece os cantores Carlos Burity, Santocas, Filipe Mukenga, Waldemar Bastos, Tonito e Juventino, o último percussionista do célebre agrupamento “Kiezos”, figuras que, de forma interessada e sensível, iam acompanhando o progresso da cantora e compositora.
Convidada pela Direcção da União Nacional dos Trabalhadores de Angola(UNTA), com o apoio do baixista Mogue, Clara Monteiro integra então a orquestra 1º de Maio, dispensando, de forma autorizada, os serviços que prestava na então Secretaria de Estado da Cultura de Angola.
É neste período que a vida musical de Clara Monteiro começa a trilhar contornos mais sólidos, construindo uma carreira com concertos mais frequentes no país e no estrangeiro, dividindo o palco com artistas de renome internacional como o camaronês Manu Dibango, o cabo-verdiano Paulino Vieira e os cubanos Pablo Milanês e Sara Gonzales.
Clara Monteiro é uma figura inscrita na história da Música Popular Angolana, um caso de resistência pela arte no feminino e personalidade preocupada em transformar as questões de índole social e telúrica, temas fundamentais no processo de criação da sua obra.