Por: Stella Cortêz
Cerca de 220 angolanos em diversas localidades do Brasil, impedidos de voltar à terra natal, Angola, devido às medidas de restrição à circulação e cancelamentos de voos de companhias aéreas, por conta da pandemia do novo coronavírus, apelam à Embaixada e o Governo de Angola, a fim de serem extraídos daquele país.
Ao PLATINALINE, Nilza Chris falou sobre a situação que os angolanos, entre os quais, estudantes, comerciantes, turistas e indivíduos que se deslocaram para tratar de questões de saúde, maioritariamente retidos nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, têm enfrentado nos últimos meses.
“No início da pandemia, os Consulados de São Paulo e Rio de Janeiro solicitaram cópias dos passaportes e bilhetes de passagem dos cidadãos angolanos que tinham interesse em regressar ao país. Eles fizeram a solicitação ao Estado angolano, a ver se realizassem um voo de repatriamento, sendo que as fronteiras já estavam fechadas. Mas, até ao exacto momento, acredito que não obtiveram resposta do nosso Governo”, disse.
A angolana salienta, ainda, que por falta de dinheiro para pagar as contas, incluindo a alimentação e tantas outras necessidades básicas, muitos vivem dias de verdadeiro terror.
“Muitos foram obrigados a deixar as casas, os hotéis em que estávamos por falta de pagamentos. Aqui, as transferências bancárias são difíceis, ou seja, quase não existem. Alguns recebem refeição quente de um grupo de cidadãos brasileiros que se solidarizam com a nossa situação. Estamos há quatro meses, assim, tudo tem ficado mais complicado, pois, actualmente, o Brasil é dos países com um índice de infecção por coronavírus elevadíssimo, a nossa Ministra da saúde disse que dariam início aos voos humanitários nos países com maior vulnerabilidade, mas não ouvimos sequer a citarem o nome do Brasil nas prioridades para um voo humanitário. Apelamos ao nosso Governo o repatriamento urgente, se não, morreremos pela infecção por covid-19”, finalizou.