Aos 24 anos, Edson Bandeira é um rapper em ascensão. Após nove anos vivendo em Portugal, Dallas Fúria, como é tratado no panorama musical, regressa a Angola, dando continuidade a sua formação académica e os primeiros passos no estilo musical rap.
Numa breve entrevista ao nosso portal, Dallas , também estudante universitário de gestão empresarial, conta-nos a sua passagem pelas terras de Camões, na infância e a ingressão no mundo da música.
Por: Judite Silva
Platine Line (PL): Viveu durante algum tempo no exterior do país. O que o levou a deixar Angola?
Dallas Fúria (DF): Mudei para Portugal, aos seis anos de idade, quando a minha irmã caçula na altura estava doente. A família toda teve que deixar Angola de modo a acompanhar o tratamento dela. Foi uma época da difícil para todos nós.
PL: Como foi regressar para terra natal?
DF: Foi extremamente difícil. Eu era muito novo quando saí do país. O choque de realidades ao voltar mexeu muito comigo. Contudo, o tempo deu lugar para a adaptação de tal modo que não tenciono a viver novamente no exterior. Sinto-me bem em Angola, saindo apenas só de férias. ( Risos)
PL: Como e quando dá os primeiros passos no mundo da música?
DF: Eu começo a cantar oficialmente em 2006 após o lançamento do primeiro álbum dos Kalibrados intitulado “ Negócio Fechado”. A aparição dos Kalibrados influenciou-me muito a cantar. Desde então, tenho-me dedicado como posso a música.
PL: O seu flow é rap. Porquê esta escolha musical?
DF: Foi o estilo que mais se identificou com o meu modo de vida, ser e estar. No rap tenho espaço para expressar a minha realidade quer seja boa ou má.
PL: De onde surge o seu nome artístico?
DF: Quando comecei a cantar, a irmã mais nova de um colega de escola não sabia pronunciar Bandeira, pronunciando, deste modo, “ Mandala”. Com o passar do tempo, os meus amigos gozavam comigo chamando-me deste forma. Sendo assim, surgiu o “Man Dallas”, que posteriormente passou a ser Dallas Fúria devido a minha “agressividade” musical, segundo alguns rappers. (Risos)
PL: Que artistas nacionais e internacionais tem com referência?
DF: A nível nacional os Kalibrados, com certeza, sem esquecer dos SSP. Por outra, lá no outro lado do oceano, aprecio muito Boss AC: Ludacris e Meek Mill.
PL: Fale-nos das suas mix tapes já lançadas.
DF: De momento tenho três mix tapes lançadas nomeadamente “ 1º Triunfo na Manga”, “O Colombiano” e “O Best Rapper”, que foi lançado em alguns blogs de raps conceituados no ramo. Tenho usado alguns dos temas destas obras em aparições no “Espaço Bahia”, impulsionando desta forma a minha “carreira”.
PL: Quais são as dificuldades que encontra para se manter cantando?
DF: Para além de estudar, também trabalho, tornando complicado conciliar a música com estas actividades.
PL: Já se sentiu descriminado por cantar Rap?
DF: Nunca. Acredito que comecei a cantar numa altura em que o rap já não era visto como uma cultura de marginais. Graças a Deus!
PL: Para quando um álbum?
DF: Quando 80% da população angolana aperceber-se da minha existência no ramo musical, eu lanço o meu primeiro álbum. (Risos)
PL: Como acha que a música rap em Angola tem desenvolvido?
DF: Muitíssimo! Hoje em dia, na minha opinião, rap é um dos estilos mais consumidos no mercado musical. Penso que deve-se ao facto de influenciar bastante na personalidade da juventude. Sem esquecer que dependendo da qualidade pode ser bem lucrativo.