Em Julho de 2013 a PT reconheceu ter criado um grande desconforto junto dos restantes accionistas da Unitel ao atropelar os seus direitos e a sua vontade na transação com a Helios. Foi uma operação que se realizou, sublinhamos, contra a vontade expressa dos outros accionistas da Unitel.
A PT preferiu, então, privilegiar uma relação com o fundo Helios, que tinha iniciado apenas em 2008, em lugar de dar prioridade à relação de longa data e de sucesso que já mantinha com os seus parceiros angolanos.
A Unitel sempre foi, é e continuará a ser uma companhia de excelência e de performance graças ao equilíbrio e respeito mútuo entre os seus vários accionistas e à sua visão comum e partilhada do negócio.
Hoje em dia, como é público, a prioridade da PT é o Brasil e desse projecto a Unitel não é parte.
Ora, a Unitel possui a sua própria visão de internacionalizar-se tendo já executado com êxito duas operações noutros mercados e estando a analisar a aquisição de outras cinco operadoras móveis.
O rápido crescimento da Unitel em Angola e a sua ambição internacional obrigaram a reestruturar a sua gestão e a reorganizar o próprio grupo, como foi oportunamente anunciado, com os correspondentes movimentos financeiros.
Quanto aos contratos de gestão, estes são típicos e comuns em operadoras de telecomunicações e outras empresas, sendo que, no caso da Unitel, a própria PT teve um contrato de gestão pelo qual foi recebendo milhões de euros em “fees” de gestão.
As contas da Unitel sempre foram preparadas e auditadas pelas grandes empresas internacionais de auditoria e aprovadas sem reservas.
Foram sempre aplicadas as melhores práticas e sempre se procedeu ao “benchmark” com outras companhias da mesma indústria. A Unitel aplica os melhores princípios de “governance” do padrão global.
As contas da Unitel foram circuladas e apresentadas a todos seus accionistas em Dezembro de 2013, data bastante anterior ao relatório da PT de Fevereiro do corrente ano, e os administradores da PT tomaram então conhecimento pormenorizada das contas da empresa sem que se manifestassem como agora o fizeram no processo de fusão em curso.