Autor de vários êxitos no mercado, como as de Mamukueno “Eza Ku Nguiambela”, “Kakixaka” de Bangão, “Kátia” de Konde, “Porquê” de Mátias Damásio, “Fim de Semana” de Yola Semedo, entre outros hits produzidos por si, Caló Pascoal é sem dúvidas uma das referencias do panorama musical. Músico, Produtor e se podemos dizer “caçador de talentos”, por ser o responsável pelo surgimento das muitas vozes femininas do nosso seio musical.
Começou nos anos 90 como bailarino no grupo Necaf Brothers, onde o género musical era kuduro. Em 2002 lançou o seu primeiro disco a solo “Fé”, que teve como destaque os temas “Está Amarrado” e “Onde Estás Rosita”.
Três anos depois publico a sua segundo obra “Santa aMariazinha”, que integrou as músicas “Fim do Mundo”, “Titiriti”, “Água da Chuva”,“Kizomba da Madrugada”, “Manteiga”, “Quebra Galho”, entre outras faixas.
Porém em 2007, coloca nas bancas o disco do projecto “Eu e Elas”, uma parceria com 9 vozes femininas desconhecidas. Um ano mais tarde coloca no mercado “Esperança Sagrada”, cujo destaque foi a canção “Meninas de Hoje”, original de Massano Júnior e em 2010 l o disco “Caló Pascoal e Amigos”.
Em 2012, Caló regressa com o projecto Angola Tropical Show, que junta vários músicos num so trabalho, cujo o primeiro disco foi colocado recentemente no mercado com o título “ O Santo Desconfia”, orçado em 80 mil dólares e estreia no mundo da música Belisse dos Santos.
Platina Line-Após anos de ausência regressa com um novo álbum e projecto?
Caló Pascoal-Sim, com a Belisse dos Santos. O nome do álbum é “O Santo Desconfia” e o grupo Angola Tropical Show.
Vai deixar de cantar a solo?
Nesta temporada será somente Caló Pascoal e Belisse dos Santos! Sempre tive ideia de fazer um grupo similar ao Cabo Verde Show de Mano Lima. E como também sou fãs deste músico que é um grande produtor, então foi um desejo fazer um projecto igual ao Cabo Verde Show. Faltaram apenas oportunidades e pessoas para dividir comigo este projecto. Mas quando conheci a Belisse depois de começarmos a trabalhar e ouvir o timbre dela, gostei da forma dela de cantar e disse “olá! acho que consegui a pessoa certa para abrir, ou para fazer parte do Angola Tropical Show, para ser a primeira figura, a primeira voz …”. Daí começamos a gravar as primeiras músicas. Depois peguei na faixa “O Santo Desconfia” e metemos como a promocional do disco. Com o resultado do “Santo Desconfia”, notei que afinal estávamos no caminho certo! Tínhamos de levar mesmo adiante o Angola Tropical Show.
Mas não significa dizer que o Caló Pascoal vai deixar de fazer os seus álbuns a solo, não! é como o Cabo Verde Show, o Rene Cabral tem o seu álbum a solo, assim como o Mano Lima. Nos Kassav , Jean-Philippe Marthely tem o seu álbum a solo, assim como Jocelyne Beroard e Jean-Claude Naimro, mas depois se juntam para o álbum dos Kassav. O Angola Tropical Show é como os Kassav, também é um grupo e posteriormente havemos de aumentar os membros. Estamos a preparar uma banda, por enquanto será somente Caló Pascoal e Belisse dos Santos. Como empréstimo estamos a trabalhar com Grace Évora, Jin Job, Johnny Fonseca, Dina Medina, Zé Mueleputo, Nanuto, Joãozinho Morgado, Quintino e Milena Tavares. Portanto este é o primeiro pontapé de saída de Caló Pascoal e Belisse dos Santos do grupo Angola Tropical Show.
O próximo ano há-de sair o álbum a solo de Belisse dos Santos. Aliás, a Quebra Galho e o Club Mais esta a pensar colocar um álbum de boas festas para o povo angolano que incluirá num álbum algumas músicas americanas interpretadas pela Belisse no estilo kizomba, ou na linhagem de “Hello”, faixa número 4 do álbum O Santo Desconfia.
Quais os objectivios preconizados com este álbum?
Enriquecer a música angolana sempre foi o meu objectivo, portanto é o desenvolvimento da nossa música, passar mensagens positivas, que não é só no sentido da produção ou instrumentalização, mas também o de transmitir mensagem de amor ao próximo e relevantes à sociedade, como falar de alguns aspectos sociais que vivemos e que muita agente acha que é impossível as suprir mas hoje pela música nós podemos mostrar as pessoas que é possível!
Neste álbum há músicas como Ngana Landa, a número 8, ou Ngana Landa Yesso , que quer dizer em português- seguirei Jesús, para as pessoas que acham que o dinheiro é tudo na vida, e não valorizam uma amizade, e o amor ao próximo. No meu caso, não acontece comigo e prefiro seguir Jesús, é o que retrata esta letra. É uma letra semelhante ao O Santo Desconfia, também tem mensagens muito positivas.
A pirataria lhe preocupa?
Tudo aquilo que é contra a lei preocupa qualquer cidadão. Eu como cidadão devo me preocupar com tudo aquilo que é contra a lei. E a pirataria é contra a lei, viola as normas jurídicas, então qualquer violação as normas jurídicas os efeitos preocupam a sociedade e o Estado. É nossa missão combate-lá e ajudar o Estado. É um mal que afecta o mundo, e não somente em Angola. Mas acredito que a nossa sociedade tudo está a fazer para suprir esta lacuna no que diz respeito as sanções a aplicar as pessoas que fazem a pirataria para os desencorajar.
Tem descoberto ou trazido ao mundo da música muitas vozes femininas… como as descobre?
Elas acabam ir ter comigo, porque não sou eu quem vai ter com elas. Tudo bem que eu estou aí de pé e as pessoas dizem “epá eu acho que o Caló consegue me por lá em cima”. As pessoa vão com uma fé e acho que só faço aquilo que Deus manda fazer! Por isso é que dá certo! No caso da Gisela Silva, ela foi ter comigo e disse “Caló já lancei um álbum e não atingi o sucesso que esperava. E tenho a certeza que contigo hei-de o alcançar. Por favor ajuda-me!”. Eu até fiquei um pouco pasmado “óh! mas ela veio assim com tanta convicção de que eu hei-de conseguir pó lá em cima”, então, ela já trouxe uma fé. Quem salva as pessoas não é sou eu, mas a fé que a esta pessoa traz. E aconteceu que quando gravamos o primeiro álbum “Amor Veneno”, lancei primeiro uma música “Eu Vou Xinguilar”, escrevi a letra, fiz os coros e aqueles truques todos e a Gisela interpretou-a e tão logo virou um sucesso! Fomos felizes! Quando o álbum saiu, foi bem vendido e até hoje é explorado o “Amor Veneno”, embora devia ser mais explorado pela produtora que hoje trabalha com ela.
Com a Belisse dos Santos foi a mesma coisa. Quando ela ligou prá mim disse que já bateu muitas portas e já não tinha hipótese. Quis desistir e achou que eu seria a pessoa ideal prá a lançar. Ouvi-lhe a cantar a música da Beyonce e gostei. Mandei-lhe cantar uma outra e também gostei. Pedi para ela ir ter comigo em minha casa e vi-lhe a cantar e disse “não ela tem talento, tem um timbre vocal bom, vou apostar”, mas esta aí a fé. Na altura em que ela ia desistir achou que comigo talvez a solução estaria na minha mão. Eu fico feliz por isso, embora a solução não é minha mas sou um instrumento de Deus, é Deus que faz com que essas músicas funcionem.
A Ely Constantino do “Me Tiraram a Vaidade” foi a mesma coisa. O álbum ainda não saiu mas a música já é um sucesso. Esses são os artistas que pertencem aos novos talentos da minha produtora. Embora também já trabalhei com artista como Lulas da Paixão na faixa “Garango kamba dia aka maka…” que foi um grande sucesso e produzida por mim; O Mamukueno “Eza ku Nguiambela” também foi produzida por mim, O Mátias Damásio “Porquê” foi produzida por mim, O Cristo está aí com uma música que há 3 anos toca “És mar, és lua, és a natureza” , O Konde e os seus grandes sucessos “ Kátia” e “Também me Amavás” foram produzidas por mim. A Yola Semedo tem uma música “Já é fim de semana, o picante comanda” foi produzida por mim, assimo como “Ka Kishaka” de Bangão. É uma série de músicas. Deus é grande, porque essas obras não seriam possível o homem por si só, dá certo porque tem a mão divina, a mão da comunicação social, tem a mão do povo que recebe o trabalho com tanto carinho. É uma extrutura de uma grande organização que está por detrás disso tudo.
Quanto custou a produção do disco?
Este álbum esta orçado em 80 mil dólares pela sua estrutura. Fizemos o vídeo clip na África do Sul, em Sun City na cidade de Pretória. A edição foi em Portugal e usamos um material para a capa “super geu bô” não é uma capa normal. As fotografias foram feitas ao ar livre que custam muito mais. Os sul africanos que fizeram o trabalho tiveram os seus custos, a Media Center que é a empresa que trabalhou connosco na realização e designer na parte da estrutura do álbum também teve os seus custos. A empresa moçambicana que fez o vídeo clip, a MG, tivemos de levá-los à África do Sul e custeámos a hospedagem, as passagem, potanto foi um trabalho que gastou um bom dinheiro mas valeu apenas, porque o público recebeu de bom agrado o projecto, o que para nós é uma grande alegria.