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    Leitura obrigatória: Pagas 200U$D ou não toco a sua musica na radio…

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    Estamos de volta com mais um tema bastante discutido no programa Janela Aberta do dia 07/01/2011, em alusão ao dia da cultura nacional comemorado no dia 08/01. E um desses assuntos foi a divulgação da musica nacional nas rádios angolanas. E como foi um dos assuntos mais pedido pelo público que visita nosso site, nós decidimos abordá-lo.

     

    Porque pelos vistos não preocupa só os músicos como também os amantes da música que desejam ouvir boa musica nas rádios em seus programas favoritos, mas ao invés disso eles são obrigados a ouvir só em casa, ou em outros casos no taxi, festas e assim por diante.

     

     

    Mas vamos lá pensar, o que se está passando com nossas rádios que os músicos não conseguem ter suas músicas tocando nelas e os apreciadores não conseguem ouvir por esses meios?

     

     

    Big Nelo numa de suas falas disse que quando vê bloqueios nas rádios, vai para a televisão e quando vê bloqueio na televisão vai para os shows. Esperem lá, bloqueios?

     

    Bloqueio é entendido como um impedimento, um sitio, cerco ou incapacidade de agir. Se os meios de massa têm como dever divulgar a cultura, porque razão eles usam bloqueios para os artistas? Quem fica ou não bloqueado nos meios de massa? O que é necessário para retirar ou impedir um bloqueio? Até quando os artistas irão depender ou superar os bloqueios?

     

     

     

    São perguntas que exigem respostas imediatas, porque a situação está num nível de corrupção absurdo. Todas as rádios em Luanda, para não dizer do país estão com esse problema, exceto aqueles cantores que já tem um mercado forte e que não precisem mendigar para ter as suas músicas a tocar nessas rádios, o restante precisa pagar para ouvir suas músicas divulgadas para poder mostrar seu trabalho ao público. Isso é um total desrespeito ao artista! Só os artistas sabem o que passam para produzir uma música, desde a sua composição, a escolha do instrumento, as noites e dias no Studio de gravação até a concepção final do cd.

     

    Depois de todo esse trabalho ainda têm que mendigar e pagar para – uma instituição pública que tem como dever divulgar a música- colocá-la no ar a mercê das críticas ou elogios do povo. Se for por questão de gosto, acredito que esse critério cabe ao povo decidir se ouve ou não, agora se for por questão financeira, é completamente ridículo esse músico ainda ter que reembolsar para isso quando o seu dever é compôr e cantar. Dessa forma só nos falta cada cantor ter sua própria rádio ou canal televisivo para poder fazer a sua divulgação, e nós sabemos que isso é difícil e desnecessário, porque não vivemos escassez de rádios e TVs em Angola.

     

     

     

    E dentro de nossas pesquisas descobrimos que os radialistas ou DJs exigem de 200 à 500 usd para a divulgação de músicas no seu referido programa, e o pior é que essa variação depende do status do cantor, do DJ ou radialistas. Para cantores pouco conhecidos ou que paguem a DJs ou radialistas pouco conhecidos o valor fica entre 200 ou 300usd já para aqueles mais conhecidos ou “famosos” o valor fica entre 500 usd ou mais.

     

    Vale aqui salientar que os cantores que já tem uma presença que dispensam apresentações no mercado musical, não pagam, é dever dos DJs ou radialistas passar as suas músicas. Mas aí eu me pergunto, como vamos ver outros cantores serem “famosos”, crescerem ou produzirem melhor nesse campo se as oportunidades lhes são vetadas? Por isso vemos várias músicas de um cantor passar variadas vezes no dia, mesmo que ela seja ruim, como se não existissem mais musicas. Muitas vezes pensamos que é porque está “a bater”, não. É porque está sendo paga para estar no ar. Outras vezes ouvimos novos valores com um potencial maravilhoso, que acabamos nunca ouvindo nas rádios, ou TVs, porque eles não têm capacidade ou “bolso” para isso.

     

     

     

    Porque imaginemos o trabalho e gasto financeiro que é ter de gravar uma música, esse esforço redobrado em um cd, para no final ter de pagar entre 200 à 500usd por música. Vejamos bem, se o álbum tiver 10 musicas isso será entre 2000 a 5000 usd de gastos. Isso é um completo absurdo! Por isso muitos preferem divulgar seus trabalhos nos táxis vulgo “candongueiros” porque a probabilidade de 10000 pessoas ouvirem suas músicas em um dia é maior e mais barata do que nas rádios.

     

     

    Isso nos faz pensar que valor tem as rádios ou TVs no país para os artistas. E esse problema acaba nos transportando para um ainda maior que é definido por um antigo provérbio “No lugar onde o cabrito é amarrado é de lá que ele come”. Muitas pessoas aproveitam fazer de seus lugares de trabalhos um lugar de negócios próprios, sem o consentimento de seus superiores, outras vezes com o consentimento.

     

    E esse problema se alastra em todos os níveis da sociedade e locais de trabalho, não importa qual. Mas algo que devemos ter em conta é que não podemos condenar outros ao fracasso só porque a nossa situação não nos convém, antes de tudo devemos cumprir com a nossa obrigação. Se as dos DJs e radialistas é a de divulgar o trabalho dos artistas, devem fazê-lo antes de torná-lo um negócio próprio.

     

     

    E outras vezes bloqueiam o trabalho dos artistas por questão de gosto, o programa é meu, aqui só passa música que eu gosto, como não gosto do fulano e do sicrano, não vou passar a música dele, ainda que o artista queira pagar, para nós vermos até onde vai o ridículo da nossa gente. Para cumprir com o dever essa pessoa não precisa gostar do artista, ele deve simplesmente fazer o seu trabalho, independentemente das nossas questões de gosto.

     

    Pelo menos respeito pelo trabalho do artista, ele merece. E o pior é que sempre nos perguntamos, assim reclamamos ou queixamos a quem? Alguns devem estar rindo, porque todos têm um rabo preso, ou um tipo de “bisno”. Esse monopólio tem de acabar, senão vamos acabar isso se já não o fizemos, com a nossa cultura.

     

     

    Depois queremos reclamar quando elogiamos países que as rádios fazem o devido trabalho de promoção do artista, onde os artistas vivem do seu trabalho. Onde o seu trabalho é simplesmente criar e cantar, o resto do trabalho compete às pessoas de direito, como os promotores, editores, radialistas e DJs, que devem exigir dos artistas simplesmente, trabalho. Mas em Angola funciona o contrário, o artista se torna numa espécie de “faz tudo”, e depois quando os artistas se cansam desse tipo de situações e enveredam para outras formas de arte ou sustento, chamam-no de fracassado. Quando na verdade as portas e janelas foram fechadas tudo por causa do chamado “bisno”.

     

     

    Já percebemos e isso é fato, de que os valores financeiros nesse mundo falam mais alto, do que os valores sociais e morais, mas apelamos mais uma vez em nome dos artistas e do público em geral, DIVULGUEM O TRABALHO DE NOSSOS ARTISTAS, QUER SEJAM CONCEITUADOS, OU NÃO, RICOS OU NÃO, KUDURO OU RAP, KIZOMBA OU SEMBA, JOVEM OU ADULTO, POR FAVOR! NOSSOS ARTISTAS MERECEM!

     

     

    Queremos ouvir as músicas de todos os cantores do mercado nacional independente do estilo, status ou nível financeiro, nos horários e programas devidos, quer das rádios como da televisão.

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    A Bombar

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