Intervenção americana na Líbia, aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo e escândalo dos emails de Clinton são três das principais razões
Malik Obama, meio-irmão do atual presidente dos Estados Unidos da América, mostra-se desiludido com a administração de Barack e diz que, por isso, votará no candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump.
“[Trump] fala com o coração. Não está a tentar ser politicamente correto”, explica o homem de 58 anos à Reuters, apontando a intervenção americana na Líbia e a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo como duas das principais razões pelas quais irá apoiar o partido rival.
Malik revela que considerava Kadhafi, antigo ditador líbio morto em 2011, um dos seus “melhores amigos” e sublinha que a sua “remoção” não representou grande melhoria para a Líbia.
Considera, por outro lado, o escândalo que tem marcado a campanha de Clinton (o envio e receção de emails com informação confidencial a partir de um servidor privado enquanto ocupava o cargo de Secretária de Estado) um desincentivo ao voto na candidata democrata. “[Hillary] deveria ter sido ‘mais prudente’ enquanto guardiã de informação classificada”, defende o meio-irmão de Barack Obama.
Entretanto, Donald Trump já reagiu, através do Twitter, às declarações de Malik Obama. “Wow, o irmão do presidente Obama, Malik, acabou de anunciar que votará em mim. Foi provavelmente mal tratado pelo presidente – como toda a gente”, escreve o candidato à presidência.
Malik e Barack partilham o mesmo pai e, embora não se tenham conhecido até 1985 – tinha o líder norte-americano 24 anos – mantiveram uma relação de relativa proximidade durante algum tempo. Segundo o The New York Post, Malik foi padrinho de casamento de Obama e chegou mesmo a visitar a Sala Oval depois de o irmão ter sido nomeado presidente dos Estados Unidos.
Malik Obama vive atualmente na vila de Nyang’oma Kogelo, na província queniana de Nyanza, mas planeia regressar ao estado norte-americano de Maryland, onde trabalhou vários anos como contabilista e está registado como eleitor, para votar em Trump.
De acordo com o mesmo jornal, em 2012, Malik dedicou a biografia do seu pai a Kadhafi e a todos aqueles que estão a “fazer do mundo um lugar melhor.”