O que significa a marca Alphabet – holding criado pelo Google para mandar nele mesmo – e todo o branding em torno dela? Na verdade, bem pouco.
Como ficam os valores e símbolos agregados ao nome “Google”? Praticamente os mesmos.
Se em outros casos de “rebrand” (quando uma marca troca de nome e logo) milhões estão em jogo e tudo é uma questão de novos produtos a vender, no caso do Google a notícia da criação do Alphabet, ainda que muito importante, é apenas um detalhe de negócios.
A nova empresa foi anunciada ontem (10). A novidade permitirá que os diversos negócios que o Google tem sejam geridos de forma independente. Na prática, o Google Inc. se transformará em Alphabet Inc.
Larry Page, criador do Google e agora CEO do Alphabet, explicou em um post em seu blog que a Alphabet não foi criada como marca de consumo, com produtos diretamente relacionados a ela. E nem veio para “substituir” o Google.
“O ponto principal é que as companhias da Alphabet terão independência para desenvolver as suas próprias marcas”, escreveu Page.
Sua fala rebate algumas pessoas que já apareceram criticando a “marca ruim” por trás do nome Alphabet e se preocupando com “o fim do Google”.
Page quis dizer, portanto, que provavelmente você nem escutará esse nome por aí.
O que continuará importante serão todas as outras empresas e marcas orbitando ao redor da Alphabet: Google, Sidewalk Labs, Google X, Life Sciences, entre outras.
Por que “Alphabet”?
“Nós gostamos do nome porque significa uma coleção de letras que representa a linguagem, uma das inovações mais importantes da humanidade. E é a base de como indexamos todas as buscas do Google!”, disse Page.
Mesmo assim, pouco importa.
Segundo Mark Ritson, colunista da Marketing Week e especialista em marcas, à Business Insider, essa novidade é apenas um movimento chamado “arquitetura de marca”.
Ele cita outros exemplos: Unilever, Diageo, LMVH. Todos grandes holdings, mas que são apenas palavras.
Quem diz se a marca é boa ou não e se os negócios vão bem ou não são as marcas internas.
Por exemplo: um consumidor pode citar, com paixão, dez marcas que ele consome. Mas poderá não saber que elas pertecem à Unilever.
Segundo ele, o que é importante não é a marca da “casa”, mas as marcas que estão “dentro dessa casa”.
Importância
Ainda assim, a Alphabet é a “notícia do ano, talvez da década” no mundo das marcas, segundo John Marshall, chefe da agência Lippincott, em entrevista à Business Insider.
“Ao criar Alphabet, o Google está contrariando uma tendência poderosa no mundo corporativo das marcas, de unificar diferentes produtos e negócios em torno de apenas uma única marca. Como é o caso de Apple, GE ou IBM. Essa iniciativa tem tudo a ver com as ambições do Google de sempre querer mudar as regras do jogo”, explicou.
Especialistas ainda dizem que essa separação em várias marcas abrirá caminho para mais inovação e aquisição de novas marcas e empresas.