Por: Sérgio Flávio
O actor Raul do Rosário concedeu uma entrevista ao Platinaline, e dentre vários assuntos abordados falou sobre o crescimento que o teatro e cinema nacional têm estado a verificar, porém, considera que ainda falta muito para chegar ao nível desejado, e que as várias dificuldades que se verificam neste sector é meramente estrutural, pois, não depende dos actores, encenadores, nem de alguém ligado às artes, mas sim de quem tem o poder e está acima dos mesmos.
Para Raul, o elenco de actores, dramaturgos e outros que compõem as artes não devem fazer tudo. Deve existir uma máquina que funciona por trás de tudo, e cada um deve cumprir apenas a sua tarefa. Deste modo, os actores não terão de fazer tudo, e poderão focar-se apenas na arte da representação.
“Nós encenamos uma peça no Talatona, mas depois não é vista no Bita tanque, no Mbocoyo…O país é grande, e precisa de uma circulação artística normal. Tem que o administrador municipal da cultura em Cabinda, que tem um orçamento que chama as pessoas, e dizer que quer a nossa peça em Cabinda. Não podemos ser nós a fazer tudo, você é encenador, actor, produtor, vamos nos matar assim. Já não pode existir nenhuma sala de teatro abandonada, já não faz sentido.”, destacou.
Raúl do Rosário acredita que o desinteresse e a falta de conhecimento dos jovens sobre o teatro e cinema angolano deve-se ao problema estrutural, porque já não se cria vários festivais nacionais, nem se dá a devida atenção a esta arte. O actor deseja que a futura geração não passe as mesmas dificuldades que a sua geração tem passado.