Vamos falar sobre…Independência Financeira
“Se eu lhe deixar para onde vou com os miúdos?”, “ Odeio o meu chefe… mas preciso do dinheiro tenho mesmo de lhe aturar”, “ só porque pagam as minhas contas os meus pais não me querem respeitar, estou farta” “Pedi-lhe 100, deu-me 20 é sempre assim…”
Familiarizada com alguma destas frases? Claro que sim, em algum momento das nossas vidas dizemos frases como estas, porque desde o momento que somos concebidas até morrermos passamos por muitas situações de dependência e posso aqui afirmar, sem medo de errar, que muitas delas arrastam-se até a idade adulta.
Quando mais novas, somos ensinadas a sonhar com príncipes encantados que nos levam ao colo e cuidam de nós, na adolescência os rapazes dão o mundo para nos fazer as vontades, se formos daquelas abençoadas com o dom da beleza física então, os miminhos masculinos vão até bem mais tarde, mas não para sempre, daí que Katharine Hepburn tenha dito “Mulheres, se puderem escolher entre dinheiro e sex appeal, fiquem com o dinheiro. À medida que voçes envelhecerem o dinheiro se tornará o vosso sex appeal”. é preciso um aparato muito forte de valores e outros ensinamentos que vão para lá do “uma mulher tem de estar sempre bem” e do “estuda para amanhã ser alguém” para que as mulheres se livrem do carma da dependência financeira.
Em Angola, ainda é normal e recorrente vermos e ouvirmos mulheres a pedirem coisas a “amigos”, maridos, mama, papa, isto faz-me questionar se somos mulheres do século XXI ou no século XXI, pois a mulher do Século XXI é a Miss Indipendente, aquela que paga as suas contas sem pedir ajuda a ninguém é a mulher forte e destemida que quer ser financeiramente independente, em vez de parecer financeiramente abastada, a carregar malas de 7000 a 10 000 Dólares, para fazer inveja a colega de serviço que não as compra, porque inteligentemente tem um plano a longo prazo, de construir uma casa decente para criar os filhos que pretende ter dentro de dois anos. É triste e patético ver mulheres felizes porque conseguiram arrancar mais algum tostão do marido ou do “amigo” , comprar roupas e próteses capilares a crédito para depois quase pedir demissão do emprego por ter de fugir às moambeiras cobradoras. Etc, etc, etc. podia relatar aqui mais dez páginas de comportamentos deprimentes que presenciamos quase todos dias.
CHEGA… chega… chega… chega de papeis tristes, vamos parar e pensar, viver assim não dá, temos de montar um plano de vida que nos traga para as mãos o controlo remoto das nossas finanças, não podemos mais viajar duas vezes por ano e começar o ano a seguir sem dinheiro e sem conquistas no ano anterior, vamos assumir que não somos ricas e que ainda não podemos gastar balúrdios em roupas e malas da louis vuitton, vera wang Elie Saab, para algumas de nós (muitas) ainda não é o momento, a altura certa vai chegar, mas para tal temos de ser inteligentes e começar a trabalhar no nosso plano de vida, temos de ter um objectivo, uma meta, precisamos de saber o que queremos desta vida, não estou a falar de sonhar acordada, estou a falar de objectivo claro e preciso do tipo: ser dona de uma empresa, abrir a própria agência de viagens, criar uma fundação, viajar o mundo todo, viver na Europa para o resto da vida, não trabalhar nunca mais por conta de outrem. Seja qual for a sua meta tenha-a bem patente e trabalhe neste sentido, poupe dinheiro e invista em formação na área que pretende operar, se não tiver dinheiro para formação leia sobre o assunto, leia bastante, tudo que lhe aparecer afrente, afinal de contas é o seu passaporte para independência financeira e consequentemente para uma vida mais agradável e completa pois não vai mais odiar a mão que lhe dá de comer (mas que lhe humilha), converse com pessoas que trabalham no ramo que pretende actuar e não se iniba em pedir lições e dicas sobre os dos and dont’s da área de actividade, rodeie-se de pessoas com a mesma atitude empreendedora e evite as companhias que lhe levarão de volta para o mundo das futilidades.
Se ainda não é financeiramente independente, estes e alguns outros passos de que vamos falar nesta coluna vão lhe libertar desta vida de faz de contas que está a viver, e se pensa que já é financeiramente independente só porque trabalha muito e paga as contas sem ajuda, saiba que o conceito actual de independência financeira passa por ter dinheiro o suficiente para não ter de trabalhar para viver, e ter tempo livre para fazer as coisas que gosta sem se preocupar com horários de trabalho ou de trabalhadores.
Sinto-me honrada por escrever para vocês e espero ter feito algum sentido nas palavras que vos dirigi, fica aqui a promessa de outro encontro na próxima edição e o convite para contribuições à nossa coluna.
Lots of love.
Nara Nenganga