Por: Helder Lourenço
O ex-defesa internacional pelos Palancas Negras, Carlos Manuel Gonçalves, mais conhecido nas lides futebolísticas por Kali, em entrevista ao PLATINALINE abordou sobre a valorização dos atletas nacionais e disse que existe dois horizontes para olhar esta questão: a social e a financeira.
No âmbito social, Kali afirmou que os futebolistas angolanos são valorizados e reconhecidos pelos adeptos e amantes do desporto “rei”, pelo talento e pelo facto de actuarem em grandes clubes nacionais e pela Selecção A.
“Sim, acredito que os jogadores em Angola são valorizados. Valorizados no sentido de serem conhecidos e reconhecidos, os que conseguem atingir grandes patamares, grandes clubes de Angola e a Selecção Nacional, obviamente acabam por ser valorizados (…), quem dá essa valorização são os adeptos e as pessoas que gostam de futebol (…)”, disse.
Kali reconheceu que financeiramente os jogadores nacionais não são valorizados, tendo em conta as condições de trabalho e de ordenados que muitos clubes oferecem aos atletas. Porém, o número de futebolistas a ganhar “mal” é muito elevado, ao assegurar que há clubes com dívidas de épocas anteriores.
“Relativamente a parte financeira, não, ainda não são valorizados porque há uma franja de atletas que têm bom salário, mas é uma franja muito pequena, a maioria dos atletas do Girabola, tem mais condições e muitos também não, porque os clubes não pagam. Vou tocar o dedo na ferida, há clubes com dívidas de épocas anteriores, isso é complicado e com condições precárias a nível de treinamento, transportação, obviamente isso não é valorizar o jogador”, concluiu.
Aos 45 anos, Kali, actualmente nas vestes de comentador desportivo e empresário, lamenta as “malambas” que o futebol angolano atravessa, mas acredita num futuro melhor. Com 78 internacionalizações pela selecção nacional, Carlos Manuel Gonçalves “Kali”pendurou as botas aos 36 anos, e teve passagens em clubes como: Barreirense, Santa Clara, AC Arles-Avignon, FC Sion e 1.º de Agosto.