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    Kool Klever Mais do que Um rapper, Um Homem Inteligente !

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    Quando na década de 70 “Afrika Bambaataa e DJ Kool Herc” deram início a “cultura Hip Hop” e a música RAP, não imaginavam com certeza que naquela mesma década nascia na longínqua África e num país desconhecido do mundo, um dos seus mais fiéis seguidores e representante da cultura que idealizaram… Quando no princípio da década de 90 decidiu entrar no RAP/Hip Hop, nenhum dos que estavam com ele imaginou que tinha diante de si alguém que 21 anos depois continuaria a fazer a mesma coisa e que se tornaria em Angola na maior referência daquilo que para muitos não passava de uma loucura juvenil.

    “Kool Klever” é o homem de quem se fala. Registado com o nome de “Nelson Rosa”, escolheu o pseudónimo misturando gíria e inglês corrente que traduzido para português significa “fixe e Inteligente”.

    Tendo começado nas ruas como qualquer bom rapper, Kool Klever, tão cedo conseguiu impor-se e conquistar o respeito e a admiração de todos que o ouviam, o que fez com que se elevassem as expectativas sobre o que seria o seu primeiro álbum de originais. Depois de muitos anos de espera, em 2008, o também “ghostwriter” que o RAP emprestou a outros estilos musicais, apresentava então o tão esperado álbum “Kooltivar – Páginas rimadas do livro da minha vida” para a satisfacção dos seus fãs e dos amantes do RAP em geral. Autobiográfico, Klever, rimou por cima de beats as páginas que a sua vida foi escrevendo durante vários anos sem nunca esquecer os problemas da sociedade no seu tempo e trouxe-os na poesia que é característica quase obrigatória do estilo que bem representa.

    koolkleva

    Ainda assim, há quem duvida do seu RAP e da “Inteligência” que carrega no cérebro além do nome? Não é em vão que “Ti Kool” como também é chamado é o representante máximo da produtora “CÉREBRO RECORDS”. Isso mesmo, a única produtora no mundo que tem “massa cinzenta” e a única onde o “RAP pensa”. Mas se ainda havia dúvidas sobre o que é ser “Klever”, aconselho então que adquiram e que ouçam a mixtape “Menos Kool… Mais Klever”.

    Lançada e comercializada no passado dia 28 de Abril, a mixtape que na verdade mais parece um álbum feito em beats já usados, traz-nos um MC não muito diferente do habitual, mas já mais solto e livre no uso das palavras, aliás a mixtape permite isso. Sem abandonar completamente o seu “EU”, Klever navega pelo RAP falando dos fãs, incentiva os jovens a ir a luta e a expressar o que sentem, como na música “Caminho” onde afirma: “nós somos filhos da luta… sofrer calado não resulta.” Mas o rapper faz muito mais do que isto, é um artista e demonstra-o ao fazer uso do Spoken Word na faixa nº 13 com o título “Paz de Cuca” onde com alma, fala do país e dos seus problemas, mas principalmente da alienação mental a que a população e principalmente a juventude se deixa envolver com o álcool a ser o elemento mais usado para este fim. Quando o RAP pensa a crítica social é inevitável e esta volta a aparecer na música nº 14 “É pra rir ou pra chorar” onde fala da falta de água, luz e saúde, da esperança num futuro que além de moribundo “sniffa cola”, e ainda na mesma música Klever faz profecia e diz: “e quem diz o contrário dizem que frustrado está” para depois terminar perguntando: “Tratam assim o país tipo vos deram na vossa tia?”

    a_klever

    Menos Kool…Mais Klever revela um rapper que mais parece vinho, quanto mais velho melhor, ou seja, a medida que a idade avança, se torna “mais Inteligente e menos fixe” com aqueles que lhe tentam pisar o calo como mostra nas faixas nº 2-Aquecimento e 17-Revelação, nesta última, faz um passeio nos contornos de uma falsa amizade, fala sobre o que já fez e continua a fazer não só no rap mas na música e desfaz-se dos rótulos e títulos, mas mais do que isso desfaz-se também da coroa e a entrega para quem a ambiciona, preferindo apenas ser “Klever”, até mesmo porque sabe que é mais importante ser sábio do que ser rei.

    Uma obra desta dimensão não se explica, então o melhor é mesmo que cada um ouça e tire conclusões de um trabalho que além de contar com rappers como o moçambicano Azagaya ou os angolanos Vui Vui e Laton, traz também a miscelânea entre a Old e New School com as entradas de Ready Neutro, Francis ou o incontornável X da Questão só para citar estes.

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